Internacional
27 maio 2023 às 13h32

Rússia culpa EUA e UE por provocações realizadas pelo Kosovo

A polícia do Kosovo usou gás lacrimogéneo e granadas não letais para dispersar manifestantes sérvios que procuraram impedir o acesso dos autarcas das localidades de Zvecan, Zubin Potok e Leposavic.

DN/Lusa

A Rússia culpou este sábado os Estados Unidos e a União Europeia (UE) pelas "provocações de Pristina", condenando o uso da violência pelo Kosovo para forçar a entrada de autarcas em três localidades que estavam bloqueadas pela minoria sérvia.

A polícia do Kosovo usou na sexta-feira gás lacrimogéneo e granadas não letais para dispersar manifestantes sérvios que procuraram impedir o acesso dos autarcas das localidades de Zvecan, Zubin Potok e Leposavic, de maioria albanesa, eleitos nas eleições de abril que foram boicotadas pela comunidade sérvia.

Os meios locais informaram que ocorreram confrontos entre a polícia e os sérvios, minoria no Kosovo, mas maioritários no norte do país.

Os sérvios do norte do Kosovo não reconhecem a autoridade destes autarcas, eleitos em eleições que, devido ao boicote dos sérvios, tiveram uma taxa de participação de três por cento.

"Em Pristina, este ato bárbaro, claramente destinado a continuar a limpeza étnica dos sérvios, é enganosamente apresentado como prova das boas intenções das autoridades, disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, no portal do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

A porta-voz acrescentou que a deterioração da situação no Kosovo é consequência direta de uma "abordagem maliciosa, que expõe a posição neocolonial ocidental nos Balcãs".

"Avisamos repetidamente que os representantes dos EUA e da UE não são pacificadores, mas instigadores de conflitos, minando os fundamentos jurídicos internacionais do acordo de Kosovo e atrasando uma solução mutuamente aceitável, que só é possível com base na resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU", afirmou Zakharova.

Moscovo, acrescentou a porta-voz, condena veementemente as ações provocativas de Pristina, que "levam a situação a uma fase tensa e representam uma ameaça direta à segurança de toda a região dos Balcãs".

A França, a Alemanha, a Itália, o Reino Unido e os Estados Unidos, países que garantem as forças de manutenção da paz no Kosovo, condenaram na sexta-feira o uso de violência por parte das autoridades kosovares.

Ao mesmo tempo, as cinco potências ocidentais expressaram a sua preocupação com a decisão da Sérvia de aumentar o nível de alerta das suas tropas na fronteira com Kosovo.

O Kosovo, antiga província sérvia povoada por uma grande maioria de albaneses, proclamou a sua independência em 2008, que a Sérvia não reconhece.