Internacional
18 junho 2021 às 22h14

Informações contraditórias sobre a morte (ou não) de portugueses em Antuérpia

Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou três óbitos de trabalhadores portugueses numa derrocada de uma escola em construção, mas bombeiros belgas falam apenas em uma morte confirmada até agora, sem precisar a nacionalidade

João Francisco Guerreiro (em Antuérpia)

As autoridades no local onde esta tarde ruiu um prédio em construção em Antuérpia, na Bélgica, não confirmam a nacionalidade portuguesa, nem a existência de três vítimas mortais, no acidente.

"Apenas temos um", afirmou fonte dos bombeiros, ouvida no local pelo DN. Nas buscas que estão a ser realizadas apenas foi encontrado o corpo de uma pessoa. Outras nove foram transportadas para o hospital. Quatro delas em estado considerado grave.

A informação sobre a morte de três portugueses veio de fontes oficiais belgas e foi comunicada aos serviços consulares portugueses, com detalhes da nacionalidade, dos nomes dos operários, e até da localidade de onde vieram em Portugal.

Mas, fonte dos bombeiros garante "fortemente" que foi encontrado apenas um morto. "I strongly confirm this information", foi a expressão utilizada.

Esta tarde surgiu a informação de três vítimas mortais, funcionários de uma empresa de construção da Flandres, que na altura estavam a instalar os andaimes, para a renovação das fachadas de uma escola básica. A informação da mortes de três trabalhadores portugueses da área da construção foi adiantada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros à Lusa.

Numa resposta enviada à agência Lusa, o ministério de Augusto Santos Silva lamentou mesmo "profundamente a morte de três cidadãos no desabamento de um edifício" em Antuérpia.

"O MNE acompanha a situação através da Embaixada de Portugal em Bruxelas, que procura contactar as famílias destes cidadãos e prestar todo o apoio necessário no âmbito das suas competências", referia a nota.

E também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou, através de uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, o acidente de trabalho que terá provocado a morte de três portugueses em Antuérpia, na Bélgica.

Marcelo Rebelo de Sousa apresentou "condolências às famílias dos compatriotas que morreram na Bélgica".

"O Presidente da República lamenta o grave acidente de trabalho que vitimou nossos compatriotas em Antuérpia, Bélgica. Às suas famílias enlutadas, amigos e colegas de trabalho apresenta as suas sentidas", lê-se nesta mensagem.

Os trabalhadores foram surpreendidos por uma rajada de vento forte, que fez desabar o parte do edifício, arrastando os andaimes e vários trabalhadores, que ficaram no meio do emaranhado de ferros e placas de madeira, e escombros do edifício.

Várias informações, começaram a circular, dando conta do número de trabalhadores, e alguns jornais belgas falam em 10 pessoas soterradas, sendo que quatro eram portugueses.

Presume-se que haja mais pessoas no meio dos escombros. As buscas prosseguem pela noite dentro. Perto da meia-noite em Portugal, os bombeiros iam realizar uma nova operação para busca de sobreviventes "parando a maquinaria" no local para "provocar silêncio" e tentarem detectar sinais sonoros de vida, no meio dos escombros. Uma escavadora está desde esta tarde a remover partes da estrutura desabada.

Os trabalhadores portugueses, da empresa Goorden Bouw en Service, estavam a trabalhar em andaimes, na fachada do edifício. Haverá ainda quatro trabalhadores em estado muito grave e outros em estado grave.

No entanto, ainda refere que morreu uma pessoa, cuja nacionalidade não foi revelada, e que se registam ainda cinco desaparecidos e nove feridos, oito deles em estado grave.

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Segundo o o jornal Gazet van Antwerpen , um dos portugueses desaparecidos chama-se Carlos Rocha e mora em Antuérpia há um ano. A mulher, Adriana, está desesperada. "Pouco depois do desabamento do prédio, tentei ligar para o meu marido, mas não consegui falar com ele. Não sei onde ele está nem como está", confessou.

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Os bombeiros estão a ser ajudados nas buscas por cães rastreadores e um drone da Proteção Civil, bem como por um empreiteiro, que despachou equipamento especial para mover com segurança os detritos mais pesados.

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Os bombeiros pedem para que as pessoas evitem circular nas imediações do prédio.

atualizado às 23.53