Internacional
16 maio 2022 às 14h34

Primeiro-ministro francês apresenta a demissão

A ministra do Trabalho, Élisabeth Borne, foi a escolhida pelo presidente francês para suceder a Jean Castex.

DN/AFP

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, apresentou, esta segunda-feira, a esperada demissão ao presidente Emmanuel Macron.

"Acabei de apresentar minha carta de demissão", disse o chefe de governo depois da reunião de uma hora com Macron no Palácio do Eliseu.

A ministra do Trabalho, Élisabeth Borne, foi a escolhida pelo presidente francês para suceder a Jean Castex. Será o primeiro governo francês liderado por uma mulher em mais de 30 anos.

A remodelação do governo, amplamente esperada, visa revigorar o partido centrista de Macron antes das eleições parlamentares do próximo mês, quando o presidente espera garantir a maioria para avançar com a sua agenda reformista, tendo uma nova aliança de esquerda e a extrema-direita a ameaçar bloquear o seu programa.

Tem sido muita a especulação nas últimas semanas, com Macron a indicar que queria uma mulher a suceder a Castex com credenciais de esquerda e ambientais.

Esses critérios refletem o seu desejo de se concentrar em escolas e saúde no início do seu segundo mandato, bem como na crise climática, área a que prometeu dar prioridade.

Além da ministra do Trabalho, Élisabeth Borne, cuja nomeação ao cargo agora se confirma, também a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, foi um dos nomes avançados pela imprensa para liderar o governo francês.

A última mulher que liderou um governo francês, Edith Cresson, disse ao Journal du Dimanche que a política francesa permaneceu "machista" durante mais de 30 anos, depois de ter desempenhado as funções de primeira-ministra, entre maio de 1991 a abril de 1992, quando François Mitterrand era o chefe de Estado. A próxima mulher a desempenhar o cargo "vai precisar de muita coragem", disse Cresson.

Macron, de 44 anos, registou uma vitória sólida nas eleições presidenciais de 24 de abril contra a líder da extrema-direita ao obter 59% contra os 41% de Marine Le Pen.

Castex pretendia renunciar imediatamente após a eleição presidencial, de acordo com a tradição francesa, mas foi persuadido por Macron a permanecer no cargo enquanto o chefe de Estado francês procurou pelo seu substituto.

Notícia atualizada às 18:05