Internacional
18 junho 2021 às 14h36

Ministro da Educação apela ao uso do Erasmus "até ao tutano"

Tiago Brandão Rodrigues sublinhou que o Erasmus está agora em condições de chegar a mais pessoas, graças a uma dotação orçamental que subiu de 14,7 para 28,4 mil milhões de euros

DN/Lusa

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, apelou esta sexta-feira ao uso "até ao tutano" do programa Erasmus+ 2021-2027, considerando que se trata de uma "ferramenta fundamental e poderosíssima" para a internacionalização e competitividade.

Em Viana do Castelo, no lançamento daquele programa, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, Tiago Brandão Rodrigues sublinhou que o Erasmus está agora em condições de chegar a mais pessoas, graças a uma dotação orçamental que subiu de 14,7 para 28,4 mil milhões de euros.

"Usem-no até ao tutano e obriguem-nos daqui a sete anos a voltar a dobrar o orçamento", instou.

Para o ministro, mais do que o relançamento do Eramus+, o programa esta sexta-feira apresentado em Viana do Castelo "é um verdadeiro Erasmus++".

Desde que existe, há 34 anos, o Erasmus já chegou a 10 milhões de jovens e já "foi responsável" por um milhão de bebés.

"Queremos que nos próximos sete anos outros 10 milhões se juntem a esta grande família de 10 milhões de Erasmus e um milhão de bebés Erasmus", referiu.

Também o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, disse que os próximos sete anos serão de "democratização" do Erasmus.

Segundo adiantou, até ao momento um em cada 10 estudantes portugueses já participaram no programa, mas o objetivo é que até 2027 cerca de 70% já tenham tido oportunidade de vivenciar a experiência.

"Este programa é uma forma única de perceber a diversidade e a cultura europeias", referiu.

Na sessão, interveio também a ministra do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que afirmou que o Erasmus encerra "o que há de melhor na Europa".

"Uma Europa de portas abertas, de solidariedade, de partilha de conhecimento, de coesão, de valores", referiu.

Disse ainda que o Erasmus aporta um acréscimo de empregabilidade e faculta a oportunidade de "aprender com os outros".

"O novo Erasmus traz ambição para crescer e ir mais longe", rematou.

O vice-presidente da Comissão Europeia Margaritis Schinas disse esta sexta-feira em Viana do Castelo que "chegou o tempo" de a geração Erasmus ajudar a Europa a defender-se dos inimigos que querem fazer crer que a União Europeia não tem futuro.

"A geração Erasmus tem o dever de defender a Europa neste momento. Agora é o momento para a geração Erasmus fazer pela Europa o que a Europa fez pela geração Erasmus. Este é o tempo de os jovens da geração Erasmus se tornarem os melhores embaixadores da Europa, porque afinal de contas a Europa são vocês", afirmou perante uma plateia de mais de 150 jovens voluntários de vários países durante a apresentação do novo Erasmus+, no centro cultural da capital do Alto Minho.

"A Europa continua a ser atacada por muitas forças, fora das nossas fronteiras, que não querem ver o sucesso da união", disse o responsável.

Mas, denunciou, a UE "é igualmente atacada por forças de franjas populares" das próprias sociedades europeias, "por muitos eurocéticos e elementos eurofóbicos que querem fazer crer que a União Europeia não é capaz, sobretudo numa altura em que Europa tem dado passos sem precedentes".

Schinas apontou como exemplo desses passos "o maior programa de vacinação alguma vez realizado na história da humanidade, contra a covid-19, ou plano de recuperação da crise económica provocada pela pandemia de covid-19.

"Estes inimigos da Europa querem provar que a Europa não consegue, exatamente no momento em que a Europa está a mostrar o contrário" disse.

Margaritis Schinas classificou o novo programa Erasmus+ como o mais emblemático e enriquecedor da Europa.

Em quase 35 anos, disse, o programa Erasmus "proporcionou novas experiências de vida a 10 milhões de jovens europeus", os quais "geraram um milhão de bebés europeus", o que, gracejou, "não é mau para começar".

O vice-presidente da Comissão Europeia realçou que o novo programa Erasmus + "quer duplicar aquele número de beneficiários nos próximos sete anos, atingindo os 20 milhões de jovens europeus".

"A partir de 2027 o nosso único objetivo é que o programa Erasmus não seja uma opção, mas um direito fundamental de todos os europeus. Que todos os que desejem ter uma experiência Erasmus tenha a possibilidade de a viver", disse.

Margaritis Schinas destacou que, para os próximos sete anos, o novo Erasmus + tem um orçamento de 26 mil milhões de euros, quase o dobro da edição que decorreu entre 2014 e 2020, em que foi financiado com 14,7 mil milhões de euros.

"Este novo Eramus+ reforçado será a chave para suportar o nosso modelo de sociedade e a nosso modo de vida", referiu o responsável europeu.

Já a Comissária Europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, realçou que o novo programa comunitário é "mais inclusivo, mais verde e digital" e anunciou para o outono o lançamento de um Prémio Europeu de Inovação e Educação.

"Este prémio dará visibilidade aos melhores projetos Erasmus da Europa, promovendo o sucesso, a inovação e práticas inovadoras de aprendizagem", referiu.

No lançamento europeu do novo programa Erasmus+, em Viana do Castelo, participaram também o ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

Lançado pela primeira vez em 1987, o programa Erasmus tornou-se Erasmus+ em 2014 de maneira a cobrir novas áreas, como a formação profissional, educação de adultos ou intercâmbio de jovens, animadores de juventude e treinadores desportivos.

Além da oferta de oportunidades de estudo ou de estágio no estrangeiro, o programa investe também em projeto de cooperação transfronteiriças, nomeadamente entre universidades, estabelecimentos de ensino ou organizações de juventude e desportivas.