Internacional
04 junho 2023 às 17h10

Milhares saem à rua na Polónia contra o governo

Tusk e Walesa juntaram-se às manifestações. Só na capital, os números apontam para 500 mil pessoas na rua.

Vários milhares de pessoas saíram este domingo às ruas na Polónia, naqueles que serão os maiores protestos desde o fim da queda do regime comunista, em 1989. Entre os manifestantes estiveram Lech Walesa, o primeiro presidente polaco após a queda do comunismo, e Donald Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu e ex-primeiro-ministro que é atualmente líder da oposição. Só em Varsóvia, a capital, os números apontavam para 500 mil pessoas.

Os protestos de ontem surgem como forma de contestação contra o partido nacionalista Lei e Justiça (PiS, na sigla original). Os manifestantes contestam a falta de resposta do governo perante o aumento do custo de vida e a inflação, reivindicando também os direitos das mulheres e da comunidade LGBT. Denunciam ainda a lei recentemente aprovada (que foi criticada pela União Europeia e pelos Estados Unidos) que vai permitir constituir uma comissão para investigar a alegada influência russa na política polaca, dando também oportunidade para proibir as pessoas de assumirem cargos públicos durante 10 anos. Na passada quarta-feira, o ex-primeiro-ministro e atual líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski, afirmou ser "quase certo" que a Rússia vai tentar interferir nas eleições, que acontecerão ainda este ano.

Durante o protesto, Donald Tusk afirmou que "a democracia morre em silêncio, mas hoje levantaram as vossas vozes pela democracia, o silêncio acabou". O PiS classificou os protestos como "a marcha do ódio".