Uma menina de oito anos foi resgatada este domingo na Suíça, cinco dias depois de ter sido levada da casa da avó na França, numa operação ao estilo militar com o alegado envolvimento da mãe.
Mia tinha sido levada da casa da avó numa operação complexa. A mãe foi detida, junto com cinco homens suspeitos de a terem ajudado a levar a menor.
Uma menina de oito anos foi resgatada este domingo na Suíça, cinco dias depois de ter sido levada da casa da avó na França, numa operação ao estilo militar com o alegado envolvimento da mãe.
Os investigadores encontraram a menor, Mia, e a mãe, Lola Montemaggi, dentro de uma fábrica abandonada no município suíço de Saint-Croix, indicaram os procuradores franceses.
A mãe, de 28 anos, foi detida junto com cinco homens acusados de a terem ajudado.
Os cinco foram acusados de sequestro de menor e quatro deles continuam detidos, de acordo com os procuradores de Nancy, no nordeste de França.
Três dos homens fingiram ser funcionários dos serviços sociais -- usaram até identificações falsas -- para convencer a avó materna de Mia (que tem a custódia dela desde janeiro) a entregar a criança. Foram à sua casa em Poulières, próximo da fronteira com a Suíça.
Não foi usada violência, mas o procurador François Perain disse que o sequestro foi como uma "operação militar", com os raptores "extremamente bem preparados" a usarem até um nome de código: "operação Lima". Tinham walkie-talkies, equipamento de campismo, matrículas falsas e um orçamento de três mil euros para cobrir as despesas.
Os raptores não eram conhecidos da polícia, mas foram descritos como pertencendo à mesma "comunidade de ideias".
"Eles são contra o Estado e mobilizados contra o que consideram uma ditadura da saúde", indicou o procurador. A mãe perdeu a custódia quando disse ao juiz que queria viver "à margem da sociedade".
Depois do rapto, três dos homens e a mãe da criança caminharam até à fronteira, carregando Mia à vez.
Aí um homem, conhecido como Romeo, apanhou Mia e a mãe num Porche e levou-as até um hotel suíço, onde passaram a noite com uma mulher "apoiante do movimento", antes de chegar a Sainte-Croix.
Cinco pessoas ligadas ao rapto, com idades entre os 23 e os 60 anos, foram detidas em França entre quarta e sexta-feira.
Mia está bem e deverá ser vista por um psicólogo e um assistente social antes de ser entregue à avó. Mas o facto de a história se ter tornado notícia em França, a pressão dos media deverá impedir a reunião de ambas em Poulières.
A mãe não resistiu à detenção quando os investigadores suíços chegaram à fábrica abandonada em duas carrinhas, apesar de Mia ter gritado, segundo disseram testemunhas a um fotógrafo da AFP.
Lola Montemaggi foi detida pela polícia suíça e deverá ser alvo de um mandado de captura europeu, para permitir a sua extradição para França.
Cerca de 200 agentes da polícia foram mobilizados para as buscas.
Para os avós paternos, o resgate é um "enorme alívio", indicaram através de um advogado. "É o fim de noites de angústia e medo pela vida da nossa menina, particularmente por causa das ideias extremistas dos seus raptores", acrescentaram.