Internacional
11 maio 2021 às 05h25

Manifesto assinado por Chico Buarque e artistas brasileiros pede destituição de Bolsonaro

Intitulado "Artistas Pelo 'Impeachment'", o manifesto tece duras críticas à gestão de Bolsonaro durante a pandemia de covid-19, que fez mais de 423 mil mortos e 15,2 milhões de infetados no Brasil. Mais de 20 mil pessoas assinaram o documento.

DN/Lusa

Cerca de 2500 artistas brasileiros, incluindo o cantor e escritor Chico Buarque e o ator Gregório Duvivier, lançaram na segunda-feira um manifesto pela destituição de Jair Bolsonaro da Presidência do Brasil, devido à gestão da pandemia.

Intitulado "Artistas Pelo 'Impeachment'[destituição]", o manifesto tece duras críticas à gestão de Bolsonaro durante a pandemia de covid-19, que fez mais de 423 mil mortos e 15,2 milhões de infetados no Brasil, um dos países mais afetados pela crise sanitária em todo o mundo.

"Diversas medidas poderiam ter sido tomadas para reduzir o número de mortes, mas não foram. A estratégia seguiu direção contrária. O descaso e a negação das conquistas científicas continuam sendo incentivados", indica o manifesto divulgado no 'site' da organização Jornalistas Livres.

"Com isto aumenta a cada dia o número de vidas humanas perdidas. Ou seja, vivemos sob a tutela de um Governo criminoso que, por diligência engendrada e condução irracional da crise sanitária, causa um número de óbitos muito superior ao que seria o inevitável", frisa o texto.

A par do manifesto, foi ainda lançado um abaixo-assinado pela destituição do atual chefe de Estado brasileiro, num evento virtual que juntou nomes como o do cantor e compositor Ivan Lins, a atriz Malu Galli, o músico Zeca Baleiro, o indígena Ailton Krenak, o rapper Emicida ou a atriz Maria Bopp.

"Sou uma pessoa comum, filho de um militar e de uma professora primária, fui bem educado, graças a Deus. Não consigo imaginar um Presidente no nível deste 'cara' [homem], que tem total desprezo pela vida humana. Um Presidente que nunca visitou um hospital para dar força aos médicos, que tem coragem de sugerir a imunização de rebanho, um morticínio. Não temos um estadista, temos um terrorista", defendeu Ivan Lins no encontro.

A carta coletiva foi concluída com um convite a toda a "sociedade brasileira" para "uma unificação dos diversos esforços sociais, políticos e culturais" visando "estancar o genocídio nacional".

"Nós convidamos a nação brasileira a um pleito único, urgente e fundamental, para que tenhamos a possibilidade de enxergar [ver] um futuro através da discussão pública e ampla do processo de impugnação do atual mandato da Presidência da República. Cessar um Genocídio", reforça o manifesto.

"O presidente da Câmara e os congressistas têm que colocar em discussão imediata o assunto, já que este é o desejo maior de grande parte da sociedade brasileira. Não podemos mais assistir impassíveis a essas manobras macabras e irresponsáveis que nos fazem perder, diariamente, milhares de vidas humanas para a covid-19 através de calculado genocídio", frisa.

O abaixo-assinado pela destituição de Bolsonaro já contava às 07:24 com cerca de 21 780 assinaturas.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3 294 812 mortos no mundo, resultantes de mais de 158,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.