Internacional
24 junho 2021 às 21h51

Pelo menos um morto e quase 100 desaparecidos na queda de torre em Miami

Apenas foi confirmada oficialmente a morte de uma pessoa, mas as autoridades admitem a possibilidade de mais vítimas mortais.

DN/Lusa

Pelo menos uma pessoa morreu e quase 100 continuam desaparecidas depois de um edifício de 12 andares ter desmoronado esta quinta-feira em Miami, nos Estados Unidos, tendo as equipas de Socorro já resgatado dezenas de sobreviventes dos escombros.

Quase 100 pessoas continuavam por localizar por volta do meio-dia local, adiantaram as autoridades à Associated Press (AP), o que aumenta o receio de que o balanço final de mortos possa subir de forma acentuada.

No entanto, as autoridades não sabem quantos se encontravam na torre no momento do colapso, por volta das 01:30 locais.

O autarca de Surfside, Charles Burkett, disse que o edifício está "amassado", o que é "devastador", porque, na sua opinião, significa que as equipas de resgate não serão "tão bem sucedidas quanto se desejaria a encontrar pessoas com vida".

Entretanto, o presidente dos EUA, Joe Biden, já veio dizer que espera que seja declarada situação de emergência para que possam ser desbloqueados fundos que permitam uma intervenção federal, nomeadamente da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA, na sigla inglesa), que "está pronta para ajudar".

Nas primeiras horas da manhã, canais de televisão locais mostraram imagens de bombeiros a retirarem um menor dos escombros, aparentemente ileso.

As fotografias mostram a destruição de quase metade do prédio localizado à beira-mar e varandas quase cortadas a meio, com uma grande pilha de destroços, cimento e ferro.

O teto do prédio estava a ser alvo de obras, mas ainda é desconhecido se isso estará ligado à causa do acidente.

O Governador Ron DeSantis, que circulou pela zona dos escombros, disse que as televisões não capturaram a escala do que realmente aconteceu, referindo que as equipas de resgate estão "a fazer tudo o que podem para salvar vidas e que não vão descansar".

Equipas de 10 a 12 elementos estavam a entrar nos escombros à vez, com cães e outro equipamento, adiantou outro responsável à AP.

As autoridades ainda não adiantaram a causa do colapso, mas imagens vídeo recolhidas nas proximidades mostram que o centro do edifício parece colapsar primeiro, com uma secção mais próxima do mar a oscilar e desabar segundos depois, provocando uma enorme nuvem de pó que envolveu todo o bairro.

Os hotéis já estão a acolher alguns desalojados, adiantou o mayor Charles Burkett, estando a ser disponibilizado acesso a refeições e medicamentos.

As equipas de resgate estão a tentar determinar o número de desaparecidos, pedindo a ajuda dos residentes e que estes se dirijam às autoridades.

Cerca de metade dos 130 apartamentos do edifício foi afetada e as equipas de resgate tinham retirado dos escombros pelo menos 35 pessoas até meio da manhã, tendo sido levado para o local equipamento para ajudar a estabilizar a estrutura.

A torre acolhia residentes permanentes e sazonais, sendo que o edifício tem registo dos visitantes, mas não dos proprietários que ali residem, adiantou o mayor.

Fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Argentina confirmaram à agência espanhola Efe em Buenos Aires que quatro argentinos estão desaparecidos, de acordo com informação de pessoas que sabiam que eles estavam naquele prédio e não os conseguiram contactar.

Em apenas alguns segundos, 55 unidades do edifício, localizado na cidade predominantemente judaica de Surfside, ruíram como "panquecas", segundo as palavras de Burkett, sem que até ao momento se tenham determinado as causas.

Os esforços de resgate são liderados pelos bombeiros do condado de Miami-Dade e estão a ser prejudicados pela chuva, enquanto o grande medo é a possibilidade de o prédio desabar totalmente durante a execução dessas tarefas.

Nas primeiras horas da manhã, canais de televisão locais mostraram imagens de bombeiros a retiraram um menor dos escombros, aparentemente ileso.

As fotografias mostram a destruição de quase metade do prédio localizado à beira-mar e varandas quase cortadas a meio, com uma grande pilha de destroços, cimento e ferro.

O teto do prédio estava a ser alvo de obras, mas ainda é desconhecido se isso estará ligado à causa do acidente.

Barry Cohen, de 63 anos, disse que ele e a mulher estavam a dormir no prédio quando ouviu pela primeira vez o que pensou ser um trovão, tendo-se dirigido à varanda e, em seguida, abriu a porta do corredor do prédio para encontrar "uma pilha de entulho, poeira e fumo ondulando" em seu redor.

Após terem chegado à cave e encontrado água a subir, regressaram ao andar de cima, gritaram por socorro e foram levados em segurança pelos bombeiros através de uma grua.

Cohen disse ter levantado preocupações às autoridades há vários anos sobre se as construções que estavam a ser feitas à volta do prédio poderiam causar danos ao mesmo, depois de ter visto o pavimento da piscina rachado.