Internacional
24 julho 2021 às 20h26

EUA clarifica: Bezos e Branson não são astronautas

Para um viajante espacial ser considerado astronauta há que realizar atividades em pleno voo, o que não aconteceu nos dois recentes voos.

DN

São empresários, bilionários, e até pioneiros. Mas não são astronautas. Jeff Bezos e Richard Branson desencadearam a mais recente febre espacial, protagonizando uma corrida para quem iniciava primeiro o ramo do turismo fora da Terra. Mas a Administração Federal de Aviação (FAA, sigla em inglês) veio agora pôr água na fervura com a revisão da regulamentação relativa à definição de astronauta.

A nova norma foi anunciada na terça-feira, mesmo dia em que o homem mais rico do mundo esteve 11 minutos no espaço, junto com o irmão Mark, a pioneira da aviação norte-americana Wally Funk, de 82 anos, e o holandês Oliver Daemen, de 18 anos, o primeiro cliente pagante de um voo espacial.

Segundo a FAA, um astronauta comercial tem de cumprir dois requisitos: viajar 80 quilómetros acima da superfície da Terra, o que foi cumprido por ambos (embora só a viagem suborbital da Blue Origin tenha passado a linha de Karman, 100 quilómetros de altitude) e realizar atividades relacionadas com a segurança pública ou que tenha contribuído para a segurança do voo espacial humano. Nem na viagem de Bezos nem na de dia 11, na qual o fundador do império Virgin fez uma viagem solitária.

Como reconheceu o administrador da Blue Origin Bob Smith, "não há realmente nada a fazer por um membro da tripulação" no veículo autónomo, e o mesmo se aplica à SpaceShipTwo do qual o bilionário britânico apreciou as vistas.

A outra forma de obter o título de astronauta nos Estados Unidos é através de concurso na Agência Espacial (NASA) ou pelas Forças Armadas.

Portanto, os distintivos que Bezos e companhia usaram não têm qualquer significado na hierarquia da aviação. Talvez nem tudo se compre com o dinheiro.