Internacional
07 dezembro 2021 às 07h53

EUA ameaçam Federação Russa com sanções financeiras inéditas se invadir Ucrânia

Washington entende privilegiar, em caso de invasão da Ucrânia, "uma combinação" de vários elementos: do "apoio ao exército ucraniano", "fortes sanções económicas" e "um aumento substancial do apoio e das capacidades junto dos nossos aliados na NATO".

DN/Lusa

Na véspera de uma reunião entre os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da Federação Russa, Vladimir Putin, marcada para esta terça-feira, Washington anunciou o tom: se a Rússia atacar a Ucrânia, os norte-americanos estão prontos para aplicar sanções financeiras inéditas.

Neste cenário, a resposta dos EUA incluirá também o estacionamento de mais tropas na Europa de Leste, mas sem ir até um confronto militar direto, detalhou na segunda-feira, um dirigente da Casa Branca, durante uma conferência de imprensa.

"Se Putin agir, vai haver uma procura acrescida dos nossos aliados" da Europa Oriental para "mais tropas, capacidades e exercícios", a que "os EUA responderão favoravelmente", declarou.

Mas salientou que não antecipava uma resposta militar direta.

"Os EUA não procuram encontrar-se em uma posição onde o uso direto das forças norte-americanas esteja no centro das nossas reflexões", avançou.

Washington entende privilegiar, em caso de invasão da Ucrânia, "uma combinação" de vários elementos: do "apoio ao exército ucraniano", "fortes sanções económicas" e "um aumento substancial do apoio e das capacidades junto dos nossos aliados na NATO".

Leia também: Ucrânia domina agenda entre Biden e Putin

Apesar de as sanções não terem conseguido até agora que o Kremlin alterasse as suas decisões, segundo numerosos observadores, o governo dos EUA está a assegurar que agora tem medidas punitivas draconianas sem precedente.

"Tratam-se de medidas de que nos abstivemos propositadamente de utilizar no passado", justamente "devido ao impacto que iriam ter na Rússia", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, sem contudo as detalhar.

Ao mesmo tempo, Washington está a trabalhar na coordenação com parceiros ocidentais. Na segunda-feira, decorreu uma reunião, por telefone, com os dirigentes da Alemanha, EUA, França, Itália e Reino Unido.

Depois do encontro, este grupo de Estados "exprimiu a sua determinação em que a soberania" da Ucrânia "seja respeitada", segundo um comunicado da Presidência francesa.

Envolvido nesta mesma atividade diplomática, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, falou ao telefone com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"Decidimos prosseguir as nossas ações conjuntas e concertadas", adiantou este, na rede social Twitter, na mesma segunda-feira em que se deslocou à linha da frente com os separatistas pró russos no leste ucraniano.