Internacional
01 outubro 2022 às 13h37

Erdogan ameaça voltar a bloquear adesão de Suécia e Finlândia à NATO

O presidente da Turquia acusou a Suécia e Finlândia de protegerem os combatentes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Proteção do Povo (YPG), considerados terroristas por Ancara.

DN/AFP

A Turquia recusa-se a ratificar a solicitação de adesão da Suécia e Finlândia à NATO "até que as promessas" de ambos os países "sejam cumpridas", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, este sábado.

"Enquanto as promessas feitas ao nosso país não forem cumpridas, manteremos a nossa posição inicial", declarou ao Parlamento turco Erdogan, que ameaça desde meados de maio bloquear a adesão dos dois Estados nórdicos à Aliança Atlântica.

"Acompanhamos meticulosamente se as promessas feitas pela Suécia e pela Finlândia são cumpridas e, claro, a decisão final caberá ao nosso grande Parlamento", acrescentou o chefe de Estado.

Erdogan, que insistiu na importância da "luta contra o terrorismo", acusa os dois países de protegerem os combatentes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Proteção do Povo (YPG), considerados terroristas por Ancara.

Até o momento, 28 Estados-membros - de um total de 30 - da Aliança Atlântica ratificaram a adesão da Suécia e da Finlândia. Apenas Hungria e Turquia ainda não deram sua aprovação final.

Num importante gesto de concessão à Turquia para obter sinal verde de Ancara à sua adesão à NATO, a Suécia anunciou na sexta-feira que voltou a autorizar as exportações de equipamento militar para esse país.

O levantamento dessas restrições estava entre as condições estabelecidas por Ancara.

Na cúpula da NATO realizada em Madrid, no final de junho, Suécia, Finlândia e Turquia assinaram um memorando abrindo a adesão das duas nações nórdicas à NATO.

No entanto, o presidente da Turquia ameaçou imediatamente com um veto caso determinadas condições não fossem cumpridas.

Uma delegação sueca visitará a Turquia na quarta e quinta-feira para continuar as negociações.
Uma reunião tripartida aconteceu na Finlândia no final de agosto.