Internacional
03 dezembro 2022 às 19h08

Cartas armadilhadas foram enviadas de Valladolid

Polícia identificou a origem, mas não o responsável pelo envio de seis envelopes a entidades do Estado espanhol, caso do primeiro-ministro, e às embaixadas da Ucrânia e EUA.

DN

As cartas armadilhadas que, nos últimos dias, chegaram a várias entidades do Estado espanhol, nomeadamente ao primeiro-ministro, Pedro Sánchez, terão sido enviadas a partir da cidade de Valladolid. Segundo o jornal espanhol El Mundo não foi até agora identificado quem esteve na origem dos envios, o que segundo fontes da investigação citadas pelo diário será uma tarefa difícil, dado que as cartas terão sido colocadas em postos de correio comuns onde não existem câmaras de vigilância.

O secretário de estado da Segurança espanhol, Rafael Pérez, já tinha afirmado haver indícios de que as cartas foram remetidas em território espanhol e que terão todas as mesma origem.

Segundo o diário El País as primeiras pistas sobre os artefactos explosivos resultaram da análise do único dos seis engenhos que foi desativado sem sofrer danos, e que terá permitido concluir que se tratava de artefactos caseiros com uma pequena carga de pólvora, com minúsculos pedaços metálicos, segundo avançou fonte policial ao jornal. Dos seis engenhos, quatro foram detonados de forma controlada por peritos da polícia, um outro causou um ferido ligeiro, quando um trabalhador da embaixada da Ucrânia abriu o envelope e sofreu ferimentos nas mãos, e o sexto foi desativado, tendo a polícia centrado a análise neste.

O primeiro envelope armadilhado foi enviado a 24 de novembro para o Palácio da Moncloa (sede do Governo espanhol) e dirigido a Pedro Sánchez. Dois pacotes semelhantes foram recebidos, na quarta-feira, pela embaixada da Ucrânia em Madrid e pela dos Estados Unidos na quinta-feira. O o Ministério da Defesa, o Centro de Satélites da base aérea de Torrejón de Ardoz (Madrid) e a empresa de armas Instalaza, em Saragoça, também receberam cartas semelhantes.

O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, escreveu, entretanto, uma carta aos restantes Estados membros da União Europeia sugerindo precaução e afirmando que o envio destas cartas "poderá estar relacionado com a invasão da Ucrânia pela Rússia".