Cultura
22 maio 2022 às 22h38

Uma espécie de monsieur Bovary por Michel Houellebecq…

O escritor francês não pode dizer como Flaubert perante o tribunal "Emma Bovary sou eu" porque não escreveu o romance que inaugura uma nova época. Até poderia ser julgado pelo que já contou em romances anteriores, mas desta vez suaviza tudo: a praga do islão, a sedução da extrema-direita, os episódios de voyeurismo característicos da sua narrativa, a estupidez de certos personagens e a demência de outros, bem como o escárnio que destila sobre a França contemporânea. Aniquilação é uma história bem comportada e onde só os terroristas virtuais surpreendem.