Três mortos e oito feridos em 24 horas por ataques
Pelo menos três civis morreram e oito ficaram feridos em dois ataques a escoltas militares de viaturas nas últimas 24 horas na região de Muxúnguè, Sofala, centro de Moçambique, disse hoje à Lusa fonte hospitalar.
Hoje homens armados, supostamente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, metralharam, no princípio da manhã, a escolta militar de viaturas, da qual resultou um morto e três feridos.
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Na sexta-feira, homens armados atacaram a última escolta militar de viaturas, em que seguiam altas patentes das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e Força de Intervenção Rápida (FIR), tendo morrido duas pessoas, incluindo um motorista carbonizado, e ficado feridas cinco, enquanto uma viatura foi incendiada.
"Uma ajudante de um camião cujo motorista ficou carbonizado sofreu uma contusão e já teve alta. Mas o hospital continua em prontidão para prestar primeiros socorros às vítimas que derem entrada", disse à Lusa Pedro Vidamão, diretor do hospital rural de Muxúnguè.
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A região de Muxúnguè tem sido palco de violentos confrontos entre o exército e homens armados.
Desde o ataque e ocupação da base da Renamo em Sadjundjira, a 21 de outubro, onde o líder, Afonso Dhlakama, vivia há um ano, e de onde fugiu para lugar incerto, a frequência da retaliação da Renamo tem crescido.
Após a força conjunta da FIR e exército governamental ocupar esta semana a sede da Renamo no distrito de Maringué (Sofala) e Rapale (Nampula), que agrupava os guerrilheiros do antigo movimento, registaram-se quatro ataques numa semana na região de Muxúnguè.
O grupo também repeliu a tentativa de ocupação da sua base em Sitatonga (Manica) e, na quinta-feira, avançou para recuperar a base de Sadjundjira, ferindo gravemente três militares do exército e roubando as suas armas e munições.
Moçambique vive o seu pior momento de tensão político-militar, após o Acordo Geral de Paz (AGP), assinado entre Governo e Renamo em 1992.