Merkel é vaiada em visita a centro de refugiados atacado no sábado

Apesar de vedação, Hungria recebeu num só dia 2533 migrantes. Alguns não queriam deixar impressões digitais e houve confrontos

Foi aos gritos de "traidora" lançados por cerca de 50 manifestantes de extrema-direita que a chanceler alemã, Angela Merkel, foi ontem recebida no centro de refugiados de Heidenau, nos arredores de Dresden. A visita surge numa altura em que o governo alemão, que espera a chegada de 800 mil migrantes só este ano, anunciou que vai distribuir 500 milhões de euros pelas autoridades regionais para lidar com a situação. Os migrantes continuam o percurso desde a Grécia, passando pela Macedónia e Sérvia até chegar à Hungria e ao espaço sem fronteiras da União Europeia.

Dez anos depois de assumir o poder na Alemanha, Merkel visitou pela primeira vez um centro de refugiados. Isto numa altura em que estão a aumentar os ataques contra estes espaços - mais de 200 desde o início do ano. No fim de semana, o centro de Heidenau acolheu 250 refugiados, que foram recebidos por uma multidão embriagada que se envolveu em confrontos com a polícia. "Não haverá tolerância para com quem questione a dignidade dos outros nem para quem não está disposto a ajudar. Quantas mais pessoas o deixarem claro, mais fortes seremos", disse Merkel.

A chanceler alemã indicou que a xenofobia não será tolerada, enquanto no exterior do edifício se gritava "traidora". O slogan foi adotado no início do ano pelo movimento anti-islão PEGIDA, fundado precisamente em Dresden e cujos protestos chegaram a reunir 25 mil pessoas. Berlim confirmou na terça-feira que vai abrir as portas a todos os refugiados sírios. Ao abrigo dos acordos de Dublin, é o primeiro país europeu que os recebe que deve processar o pedido de asilo.

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