Justiça egípcia visa Irmandade Muçulmana
Estados Unidos e Nações Unidas denunciam condenação à morte de cerca de 700 islamitas e lançam um apelo às autoridades egípcias para anularem as sentenças
"O veredicto de hoje, como o do mês passado, constitui um desafio às regras mais elementares da justiça internacional", afirmou ontem Jay Carney, porta-voz do Presidente dos EUA, Barack Obama. Em comunicado, Carney garantiu a profunda preocupação do seu país "pelo recurso contínuo aos processos e às condenações em massa no Egito".
Carney fez questão de sublinhar que o veredicto de ontem que condenou à morte 683 elementos e simpatizantes da Irmandade Muçulmana "é totalmente incompatível com as obrigações do Egito em termos de direitos humanos" e que os líderes do país devem "tomar posição contra estas medidas ilógicas", que apenas alimenta a instabilidade e a radicalização no país. "Pressionamos o Governo egípcio a acabar com estes processos em massa e a anular as condenações", sublinhou Carney.
"Preocupado", foi como se afirmou o secretário-geral da ONU. Para Ban Ki-moon, os veredictos do tribunal egípcio "que parecem claramente não respeitar as regras básicas de um processo equilibrado, em particular os que impõem a pena de morte, são suscetíveis de minar a longo prazo as perspetivas de estabilidade" do país.
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