Escolha entre conservadores e conservadores
Iranianos votam para novo parlamento, mas a diversidade dos candidatos é mínima.
Os blocos eleitorais ultra-conservadores leais ao Guia Supremo, Ayatollah Ali Khamenei, deverão vencer as eleições legislativas iranianas, que estão a decorrer em todo o país, sem notícia de incidentes. Votam 48 milhões de eleitores para escolher 290 deputados do parlamento. Muitos círculos do interior são uninominais e nas cidades serão eleitas listas onde a participação mínima tem de atingir 25%.
Apenas os conservadores puderam concorrer, mas em causa está uma luta subtil entre o agrupamento dos aliados de Mahmoud Ahmadinejad e vários blocos que se opõem ao presidente. Os conhecedores da política iraniana afirmam que a aliança dos candidatos pró-Ahmadinejad, Frente da Persistência da Revolução Islâmica, deverá ser derrotada pela Frente Unida dos Conservadores (também conhecidos por Principalistas), próximos de Khamenei e chefiados pelo Ayatollah Reza Mahdavi Kani e pelo presidente do parlamento, Ali Larijani.
As forças reformistas foram afastadas da eleição, pois os 3400 candidatos tiveram de passar pelo crivo de uma instituição jurídico-clerical, o Conselho de Guardiães, que aprovou apenas os candidatos fiéis à Constituição e que aceitam a autoridade absoluta do Guia Supremo. Os políticos reformistas contestaram em 2009 a eleição de Mahmoud Ahmadinejad, alegando fraude eleitoral em larga escala, e o confronto político deu origem a uma brutal repressão. Os principais líderes do chamado Movimento Verde estão sob prisão domiciliária e a falta de diversidade nas listas levará muitos eleitores à abstenção.
As eleições iranianas decorrem num contexto de sanções internacionais sobre o programa nuclear, que segundo as autoridades tem intenções pacíficas. As sanções começam entretanto a atingir a economia do país.