Assad diz que não há condições para negociar a paz
O Presidente sírio, Bashar al-Assad, disse hoje que não há condições para se realizarem negociações de paz com a oposição, em entrevista difundida esta noite pela cadeia libanesa Al-Mayadeen
"Não foi fixada nenhuma data, mas as condições não estão reunidas se quisermos [que a conferência pretendida pela Federação Russa e os EUA tenha] sucesso", disse Al-Assad.
"Quais são as forças que vão participar? Que ligações têm com o povo sírio? Essas forças representam o povo sírio ou os estados que as inventaram?", questionou.
Al-Assad acusou ainda o ramo sírio da Irmandade Muçulmana de ser "um grupo terrorista e oportunista (...) que utiliza a religião para fins políticos".
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Dirigindo-se ao enviado da Organização das Nações Unidas e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, solicitou-lhe que "não se desvie do quadro da sua missão" e que seja "neutro".
Por outro lado, o Presidente sírio manifestou-se disposto a apresentar-se às eleições presidenciais de 2014. "A minha resposta depende de dois fatores: o primeiro é a vontade pessoal, o segundo a vontade do povo. Quanto ao primeiro, não vejo porque não me deve apresentar à próxima eleição", declarou.
Numa primeira reação, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que, se Al-Assad fosse reeleito em 2014, a guerra iria continuar.
"Se ele pensa resolver os problemas apresentando-se como candidato à sua reeleição, posso dizer-lhe isto: Acredito que a guerra não vai acabar enquanto ele permanecer onde está", disse Kerry, durante uma conferência de imprensa em Paris.
"Não conheço ninguém que pense que a oposição consinta na participação de Bashar al-Assad no governo", avançou Kerry, que falava depois de uma reunião como ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Khalid ben Mohammad al-Attiya.
"Ele bombardeou e gaseou os habitantes do seu próprio país. Como é que este homem pode legitimamente reivindicar a Presidência no futuro?", argumentou.