Livrarias de Bruxelas recebem na caixa do correio ameaças de "represálias" caso vendam o "Charlie Hebdo"

Pelo menos quatro livrarias receberam uma mensagem, na caixa do correio, assinada "em nome de Alá, o misericordioso, o muito misericordioso".

A edição da revista satírica, lançada esta quarta-feira, chega amanhã (quinta-feira) às bancas na Bélgica. Mas, em "nome de Alá", os comerciantes foram aconselhados a não "propagarem as caricaturas" da "ignóbil revista". Caso contrário enfrentarão "represálias".

Pelo menos quatro livrarias receberam uma mensagem, na caixa do correio, assinada "em nome de Alá, o misericordioso, o muito misericordioso", a aconselharem os vendedores a recusarem-se a vender o primeiro número do Charlie Hebdo, que chega amanhã à Bélgica.

"Que a paz esteja com aqueles a quem dirigimos esta carta, que não é mais do que um conselho aos livreiros. Recomendo-vos a não propagarem as caricaturas do Nosso Bem-Amado, Maomé - que a paz esteja com ele - através daquela ignóbil revista que é o Charlie Hebdo, ou correram o risco de represálias sobre vós e sobre o vosso comércio", lê-se no bilhete deixado nas caixas de correio, de várias livrarias da zona oeste da capital belga.

"Se começarmos a ceder a esse tipo de pequenas ameaças, não vamos fazer mais nada. Não são a livrarias que fazem os desenhos. Nós somos apenas intermediários", afirmou o vendedor de uma das livrarias, citado pela RTBF.

De acordo com a polícia de Bruxelas, serão "tomadas medidas" em coordenação com o gabinete de crise. De acordo com vários meios de comunicação de Bruxelas, está já em curso um "análise detalhada" das imagens registadas pelas câmaras de vigilância, nas imediações das livrarias.

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