UE debate suspensão temporária do acordo de Schengen
Os ministros do Interior da União Europeia (UE) debatem hoje o reestabelecimento de controlos fronteiriços, em "circunstâncias excepcionais", um dia depois de a Dinamarca ter dito que vai repor unilateralmente os controlos aduaneiros e de os deputados do Parlamento Europeu se terem manifestado maioritariamente contra a suspensão temporária do acordo de Schengen.
Este acordo é um dos mais importante pilares da UE e regula a livre circulação de pessoas dentro do espaço comunitário e de outros países signatários, como a Noruega e a Suíça. Mas ontem a Dinamarca, um dos países com políticas de imigração mais restritivas, cedeu ao partido de extrema direita que faz parte da coligação governamental e decidiu repor os controlos aduaneiros nas fronteiras com a Suécia e a Alemanha. A Dinamarca é uma signatária especial do acordo, podendo suspender parte quando entender.
Hoje, os ministros do Interior da UE vão debater uma proposta para permitir que os controlos fronteiriços entre os países-membros sejam repostos em "circunstâncias excepcionais" e como "último recurso", diz o El País. Ideia que se segue à disputa entre a França e a Itália quando Roma deu vistos de residência temporários a milhares de refugiados do Norte de África que têm chegado às costas Sul italianas. A UE deixou a Itália sozinha a lidar com a onda de imigrantes ilegais da Tunísia e da Líbia, mas reagiu quando os italianos responderam ao problema empurrando-o para outros países, ou seja, permitindo que os refugiados circulassem livremente pela UE.
A proposta franco-italiana desagrada à maioria dos eurodeputados. Consideram que o acordo de Schengen é um dos pilares da UE e criticam o facto de a Comissão Europeia ter cedido às pressões da França e da Itália.
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