Indignados testam hoje Governo de Rajoy
Movimento 15M convocou protesto da Primavera Global para começar a comemorar um ano de indignação. Entre fracassos e conquistas o movimento que nasceu a 15 de maio de 2011 em Espanha espera voltar hoje à Porta do Sol em Madrid.
Os indignados esperam ficar aí até pelo menos dia 15, mesmo que para isso seja necessário desafiar a ordem legal: a de que os manifestantes só podem permanecer nesta emblemática praça madrilena até às 22.00, ou seja, 21.00 em Portugal.
Relacionados
O Governo espanhol, do Partido Popular, já fez saber através da sua vice-primeira-ministra, Soraya Saenz de Santamaría, que o que "vamos fazer é com que se cumpra a lei e os horários previstos. Tudo o que vá para além dos horários previstos é violar a lei e os direitos dos outros".
Há um ano, quando o movimento explodiu em Madrid, alastrando depois a outras cidades espanholas e a outros países, deste e do outro lado do Atlântico - veja-se o movimento Ocupem Wall Street nos Estados Unidos - estavam no Governo os socialistas de José Luis Rodríguez Zapatero. Agora estão os populares de Mariano Rajoy, que venceram as legislativas antecipadas de 20 de novembro de 2011.
Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão.
Com o desemprego a subir em flecha, com Bruxelas a avisar que Espanha não vai cumprir os objetivos de redução do défice, com um sério problema de bancos que precisam de ser resgatados e nacionalizados, com o problema dos despejos por falta de pagamento do crédito à habitação a afetar gerações inteiras de uma mesma família. Assim está a Espanha, que os indignados hoje esperam voltar a acordar.
Sem liderança e sem organização clara e definida, o 15M tem tido uma existência intermitente, pelo menos nos media. Muitos continuam a trabalhar na troca de ideias em assembleias locais, a tentar prestar apoio às vítimas de ações de despejo, a participar numa manifestação aqui e ali. Hoje vão testar o Governo de Rajoy.
Entre 1500 e 2000 polícias antimotim esperam por todos aqueles que tencionem violar os horários da manifestação em Madrid, tentando estendê-la para lá das 22.00 locais. Falta ver se o Governo do PP, que no passado acusou o Governo de Zapatero de ser demasiado permissivo para com os acampados na Porta do Sol, vai dar ou não a ordem para desmobilizar à força todos os que ali decidirem permanecer.