Iatseniuk proposto para primeiro-ministro da Ucrânia
O líder de protestos pró-União Europeia na Ucrânia Arseni Iatseniuk foi hoje proposto para o cargo de primeiro-ministro pelo 'Conselho de Maidan', que reúne os líderes políticos da contestação ucraniana, da sociedade civil e dos grupos radicais.
O anúncio, feito na emblemática Praça da Independência (Maidan), no centro de Kiev, perante dezenas de milhares de pessoas, deverá ainda ser confirmado no parlamento na quinta-feira, depois de uma votação sobre o novo governo ucraniano prevista para terça-feira ter sido adiada.
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A Praça da Independência tem sido o epicentro de três meses de protestos na Ucrânia que culminaram com a deposição do Presidente Viktor Ianukovich, juntamente com todo o seu executivo.
Aos 39 anos, Arseni Iatseniuk deverá liderar o Governo de união nacional chamado a tomar as rédeas do país antes das eleições presidenciais antecipadas marcadas para 25 de maio.
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Membro do partido que esteve na origem da Revolução Laranja, de Iulia Timochenko, no sábado libertada da prisão, Iatseniuk já foi ministro da Economia e dos Negócios Estrangeiros, uma experiência que poderá revelar-se preciosa numa altura em que a Ucrânia corre o risco de uma bancarrota sem uma rápida injeção financeira internacional.
Segundo o ministro das Finanças interino, Kiev precisa de 35 mil milhões de dólares em dois anos.
Cargos simbólicos no novo Governo foram propostos a personalidades de Maidan, como Dmytro Bulatov, opositor torturado durante a contestação, para o ministério da Juventude e dos Desportos.
O deputado Andrii Parubli, "comandante de Maidan", muito respeitado e alinhado com os elementos mais radicais, deverá dirigir o Conselho Nacional de Segurança e Defesa.
Tetiana Tchornovol, uma jornalista politicamente empenhada vítima de uma selvagem agressão em dezembro, que está ligada, segundo a oposição, ao sensível tema das suas investigações, deverá dirigir uma comissão anticorrupção que será criada para o efeito.