Ex-administrador do PP espanhol admite pagamentos

O ex-administrador do PP espanhol Cristóbal Paez admitiu hoje em tribunal ter recebido os 12 mil euros indicados na alegada contabilidade paralela que Luis Barcenas, ex-tesoureiro do partido, manteve em segredo durante vários anos.

Foi o quarto dirigente do partido a confirmar dados de dezenas de páginas manuscritas que começaram a ser publicadas em janeiro pelo jornal El Pais e que, alegadamente, registavam tanto doações ilegais ao PP como pagamentos não declarados aos seus dirigentes.

O presidente do Senado, Pío García Escudero, e os políticos Populares navarros Jaime Ignacio del Burgo e Calixto Ayesa já tinham confirmado que as referências aos seus nomes nesses documentos eram verdadeiras.

O juiz Pablo Ruz está desde a manhã de hoje a ouvir ex-dirigentes do PP no âmbito do processo de investigação sobre a existência de uma alegada contabilidade paralela no partido no Governo em Espanha.

Antonio Ortiz, ex-contabilista do PP, foi o primeiro de quatro testemunhas que estarão hoje no tribunal, tendo-se seguido Paez e, posteriormente, os ex-secretários-gerais Francisco Álvarez Cascos e Javier Arenas.

Na quarta-feira é a vez da atual secretária-geral, María Dolores de Cospedal.

Hoje Paéz, que ocupou o cargo de administrador no PP entre 2009 e 2010 confirmou ter recebido dois pagamentos não declarados em abril de 2007 e junho de 2008, num valor total de 12 mil euros, segundo confirmaram fontes judiciais.

Paéz, que já não tem qualquer vinculo ao PP, foi ouvido durante mais de duas horas.

Os dois ex-secretários-gerais do PP, Javier Arenas e Francisco Álvarez Cascos, foram recebidos com gritos e insultos à chegada à Audiência Nacional, em Madrid.

Atual líder do Fórum Astúrias, Álvarez Cascos chegou a pé ao edifício onde o esperavam cerca de duas dezenas de pessoas que, com gritos e cartazes, exigiram a prisão do ex-número dois do PP.

O mesmo tipo de protestos esperava Javier Arenas, que ouviu insultos de "corrupto" e "sem vergonha" por um grupo de manifestantes, alguns dos quais clientes afetados pela burla das preferentes do banco espanhol Bankia.

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