Branson sugere que Reino Unido siga exemplo português

O empresário Richard Branson aconselhou hoje o governo britânico a seguir o exemplo de Portugal na forma como lidou com a toxicodependência e a tratá-la como uma questão de saúde e não de polícia.

Escutado hoje por uma comissão parlamentar sobre a política sobre drogas, o multimilionário dono do grupo Virgin rejeitou que o sucesso português esteja relacionado com a dimensão do país.

"Sim, Portugal é um país mais pequeno do que o Reino Unido mas se dividirmos o Reino Unido em pequenas unidades e lidarmos com [o problema] cidade a cidade, penso que não existe nenhuma razão para não obter o mesmo resultado que Portugal", afirmou hoje em Londres.

Branson lembrou que "há 10 anos atrás Portugal tinha um problema enorme com drogas". "A heroína estava descontrolada e eles decidiram mudar as drogas do Ministério da Administração para o Ministério da Saúde", insistiu. O resultado foi, afirmou, que "ninguém foi preso por consumir drogas nos últimos 10 anos".

Descreveu ainda como foram criados centros de distribuição de seringas e de apoio para os toxicodependentes deixarem a droga, contribuindo para uma redução de 50% do número de consumidores de heroína.

Richard Branson falou enquanto presidente da Comissão Global sobre a Política da Droga, composta por antigos políticos e dirigentes internacionais, escritores e ativistas.

No ano passado este organismo lançou um relatório que defende uma mudança de estratégia devido ao fracasso na luta contra a produção e tráfico de droga.

Portugal foi um dos casos considerados exemplares, juntamente com os da Suíça, Holanda e Alemanha.

O caminho da descriminalização seguido em Portugal em 2001, elogiou Branson, além de uma redução no consumo de drogas, contribuiu para a queda da criminalidade e de novos casos de HIV.

O empresário argumentou que os governos devem "centrar-se nos direitos dos cidadãos e na proteção da saúde pública para parar sofrimento desnecessário".

Sugeriu ainda uma "uma abordagem flexível à coordenação da política das drogas".

Até agora, o governo britânico tem rejeitado a hipótese de descriminalizar o consumo de drogas.

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