Bárcenas reconhece autoria de contabilidade paralela

O ex-tesoureiro do Partido Popular espanhol Luís Bárcenas afirmou ao juiz Pablo Ruz que é o autor dos manuscritos publicados na imprensa sobre a existência de uma contabilidade paralela no partido, segundo fontes judiciais citadas pela agência EFE

Bárcenas está desde hoje de manhã a ser ouvido pelo juiz da Audiência Nacional e, segundo as fontes, entregou vários documentos ao juiz.

O ex-tesoureiro está detido desde 27 de junho na sequência da publicação pelo diário El Mundo de manuscritos e de mensagens trocadas entre ele e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, sobre uma contabilidade paralela mantida no partido durante pelo menos 20 anos.

Bárcenas, que declara perante um juiz pela primeira vez como detido, abandonou a estratégia anterior de negar a autoria das anotações e a entrega dessas notas ao jornal El Pais em janeiro, para passar a afirmar que o PP se financiou ilegalmente durante duas décadas.

Nesta presença em tribunal, a quarta desde que em dezembro foram detetadas contas em seu nome em bancos suíços, o ex-tesoureiro é assistido pela primeira vez pelo seu novo advogado, o ex-juiz da Audiência Nacional Javier Gómez de Liaño.

A viragem na estratégia de defesa ficou patente na segunda-feira passada com a renúncia dos dois advogados que o defendiam desde que foi conhecido o caso Gürtel, há quatro anos.

Luís Bárcenas geriu as contas do Partido Popular (PP) espanhol durante cerca de 18 anos e está a ser investigado por envolvimento num alegado esquema de pagamentos irregulares aos principais dirigentes do partido, entre 1990 e 2009, e que incluem o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.

Bárcenas é arguido num outro processo, conhecido como "Gurtel", que envolve vários ex-dirigentes do PP, em vários pontos de Espanha, numa rede de corrupção e branqueamento de capitais.

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