Medidas mais duras contra ataques de 'hackers' chineses
Com as suspeitas de espionagem cibernética e roubo massivo de segredos industriais aos EUA pela China, aumentam as vozes norte-americanas de protesto por medidas mais duras contra Pequim, noticia hoje a AFP.
Mike Rogers, chairman do Comité de Inteligência do Senado (House Intelligence Committee), afirmou que o exército chinês esteve "sem sombra de dúvida" por de trás de uma crescente onda de ataques de 'hackers' a empresas e instituições americanas.
"Eles usam o seu poder militar para roubar a propriedade intelectual de empresas americanas e europeias, e alteram-nas para competir no mercado internacional contra os Estados Unidos", afirmou Rogers citado pela AFP.
No programa de televisão ABC This Week, o responsável diz que estas ações "não têm precedentes" e acrescentou: "Está a piorar. Porquê? Porque não há consequências".
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Durante esta semana foi divulgado um relatório sobre ciber-espionagem pela empresa de segurança Mandiant, segundo o qual conseguiram localizar um dos grupos de 'hackers' num edifício localizado nos arredores de Xangai que alberga uma unidade do Exército de Libertação do Povo.
O relatório referia que os piratas informáticos, conhecidos como "APT1" ou "Comment Crew", roubaram dados de pele menos 141 organizações em mais de 20 indústrias.
No último mês, o jornal New York Times e outros meios de comunicação americanos, anunciaram terem sido vítimas de ataques cibernéticos com origem na China.
Um relatório do congresso americano apelidou aquele país de "maior ameaça no ciberespaço".
A China já refutou as acusações que diz serem "infundadas" e os órgãos locais acusaram Washington de estar a usar Pequim como bode expiatório para desviar as atenções dos problemas económicos vividos nos EUA.
Eliot Engel, membro democrata no Comité de Negócios Estrangeiros, disse que os legisladores norte-americanos levantaram a questão com altos funcionários chineses durante uma recente visita a Pequim, mas estes não terão dado a devida importância ao assunto.
"Temos de deixar bem claro que (...) se eles vão continuar a fazer isto há um preço a pagar", frisou.
Disse mesmo que os EUA deviam começar por "acusar" os responsáveis e sugeriu que Washington deveria começar a negar vistos aos envolvidos nos ataques cibernéticos e às suas famílias.