Casa Branca denuncia "violação bárbara" do cessar-fogo

Os Estados Unidos responsabilizaram hoje o Hamas pela quebra do cessar-fogo com o exército de Israel e acusaram o grupo militante palestiniano de desencadear um "ataque bárbaro" para capturar um soldado israelita.

"Os israelitas indicaram que o cessar-fogo foi violado esta manhã e que membros do Hamas utilizaram a trégua humanitária para atacar os soldados israelitas e tomar mesmo um refém. Isso seria uma violação bárbara do acordo de cessar-fogo", afirmou à televisão MSNBC o vice conselheiro para a Segurança Nacional, Tony Blinken.

"Foi uma ação ultrajante e esperamos que o resto do mundo se junte a nós nesta condenação", adiantou.

A Casa Branca reagiu após Israel ter anunciado o fim de uma trégua de três dias, apenas duas horas depois do seu início, ao acusar o Hamas de ter atacado as suas tropas e de manifestar receio sobre a captura de um soldado pelo grupo palestiniano.

Interrogado sobre uma eventual ambiguidade nos termos do cessar-fogo, em particular às condições que permitiam a Israel prosseguir as suas operações na retaguarda das suas atuais linhas - e após estabelecerem uma "zona tampão" que ocupa cerca de 40% da Faixa de Gaza - o porta-voz do executivo norte-americano rejeitou essa hipótese.

"Fomos transparentes e todas as partes envolvidas foram transparentes sobre o conteúdo deste acordo. O Hamas tem a responsabilidade de respeitar o acordo e parece que não o fez", afirmou.

O cessar-fogo entrou em vigor às 08:00 locais (06:00 em Lisboa), e deveria prolongar-se por 72 horas, em particular para reabastecer os 1,8 milhões de palestinianos encurralados no enclave, enterrar os mortos e cuidar dos feridos.

Israel e o Hamas responsabilizaram-se mutuamente pelo novo falhanço desta trégua, a primeira que os dois campos tinham aceitado em conjunto desde o início do ataque israelita a Gaza em 8 de julho.

De acordo com fontes médicas, cerca de 70 palestinianos já foram mortos desde o recomeço dos combates.

Negociações entre as duas partes e os mediadores deveriam iniciar-se hoje no Cairo, para tentar garantir um prolongamento do cessar-fogo e terminar com as frágeis tréguas unilaterais até agora declaradas.

No entanto, o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, indicou hoje em Ramallah, na Cisjordânia, que uma delegação palestiniana, incluindo o Hamas, deverá deslocar-se no sábado ao Cairo para conservações com os responsáveis egípcios sobre um cessar-fogo em Gaza.

Abbas "formou a delegação que se desloca no sábado ao Cairo, independentemente das circunstâncias", precisa o comunicado da presidência.

Esta delegação será composta por representantes da Fatah, o movimento de Abbas, do Hamas, no poder em Gaza, e dos seus aliados da Jihad islâmica.

O devastador conflito em Gaza que se prolonga há 25 dias já provocou mais de 1.500 mortos palestinianos, na maioria civis, e cerca de 9.000 feridos. Do lado israelita foi confirmada oficialmente a morte de 63 soldados e três civis.

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