Carta do FBI a Luther King falava em orgias sexuais e sugeria que se matasse
The New York Times publica carta enviada há 50 anos pelo FBI ao ativista dos direitos cívicos dos negros a revelar as suas aventuras extraconjugais.
É com um simples "King" que começa a carta enviada pelo FBI a Martin Luther King há quase 50 anos e cuja versão não censurada só agora foi publicada pelo The New York Times. Na página de papel amarelecido pelo tempo, escrita à máquina, surgem as acusações contra aquele que o autor diz já ter considerado "um homem de caráter". "É uma fraude colossal e um diabo, perverso como nenhum", pode ler-se na missiva que descreve ainda as "orgias sexuais", "atos adúlteros" e "conduta imoral", antes de rematar com um "só lhe resta uma saída" e "sabe qual é", numa tentativa de levar o líder dos direitos cívicos dos negros ao suicídio.
Quando recebeu a carta, King informou os colaboradores que alguém queria que ele se matasse. E garantiu desconfiar de quem seria o autor da missiva: o FBI. Afinal, o diretor J. Edgar Hoover não escondia a sua animosidade e o desejo de o desacreditar. Classificando King como "uma besta anormal", a carta chega a identificar uma amante de King pelo nome e garante ter informação sobre várias outras. Além da referência a uma gravação áudio que acompanharia a missiva original, esta termina dando um prazo de 34 dias até que "o seu "eu" anormal e nojento seja revelado à nação".
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