Buscas recomeçam sete meses após desaparecimento

Sete meses depois do voo MH370 ter desaparecido, as buscas entraram numa nova fase. Terminado o mapeamento da remota zona do oceano Índico onde os investigadores agora acreditam ser possível estar o Boeing 777 da Malaysia Airlines, três navios vão utilizar sonares numa tentativa de encontrar o avião e as respostas há muito esperadas.

Feitas as análises das imagens de satélite fornecidas pela Immarsat, os investigadores estabeleceram como prioridade uma área de 37 mil quilómetros quadrados a cerca de 1800 quilómetros da costa australiana. Mas no total foram mapeados 110 mil quilómetros quadrados pela autoridade de segurança para os transportes australiana sendo que 68 mil dos quais são apontados como possível local onde o avião tenha caído. Ou seja, a operação poderá durar até um ano.

Será mais um capítulo de um mistério que se tornou no maior da aviação moderna. O voo MH370 que viajava de Kuala Lumpur para Pequim desapareceu a 8 de março com 239 pessoas a bordo. O Boeing 777 da companhia área malaia perdeu contacto 40 minutos após levantar voo. Inicialmente as buscas centraram-se na zona em que o avião deveria ter sobrevoado, com relatos de possíveis destroços e manchas de combustíveis a centrarem as atenções no Vietname. No entanto, as buscas viram-se depois para o Estreito de Malaca, após a análise de novos dados. Para desespero dos familiares, dias depois os investigadores suspeitavam que o avião poderia ter voado até ao Cazaquistão.

Intensificam-se as buscas, com vários países a participarem nas operações. Ganha força a tese que o avião teria sido desviado. A 20 de março, investigadores australianos revelam que foram detetados possíveis destroços no oceano Índico. A informação muda por completo as operações. O Boeing 777 não só voltou para trás, como viajou muito para sul. Seguiram-se dias em que as notícias variavam entre a deteção de possíveis destroços, captados por satélites, e pela confirmação que as equipas aéreas nada encontravam.

Entretanto é divulgado que apesar da perda de contacto, radares militares captaram sinais do voo MH370. As zonas de buscas vão sendo aprimoradas, com a Austrália a assumir grande parte da responsabilidade, já que era o país mais perto de onde se calculava o avião ter caído. Oficialmente foi a Malásia a liderar as investigações.

As teorias

Nesta altura, a teoria mais defendida - e que é aquela que atualmente é mais defendida - era que teria havido uma súbita perda de oxigénio no avião e que todos a bordo teriam ficado inconscientes. O avião teria voado até ficar sem combustível.

Mas as teorias foram muitas. As mais relevantes apontavam para um desvio propositado ou o suicídio do piloto ou co-piloto. Também houve quem defendesse que o avião teria sido desviado e aterrado em segurança em parte incerta. Sem respostas por parte dos investigadores, as teorias da conspiração foram sendo alimentadas com o passar das semanas.

Quase um mês depois surgiu a maior esperança de todas. Fora detetados sinais que poderiam ser das caixas negras. Estes sinais são emitidos apenas durante 30 dias o que lançou um autêntico contra-relógio para encontrar as caixas negras. Mais uma vez nada foi encontrado, mesmo com a utilização de um minissubmarino.

Nova fase de buscas

Nos últimos meses as buscas tiveram suspensas para que fosse feito o mapeamento de zona onde agora se acredita estar o Boeing 777 (ainda mais para sul), até agora desconhecida pelos cientistas. Os mais recentes cálculos apontam que o voo MH370 foi mais longe e mais rápido do que anteriormente se defendeu.

As dificuldades prometem ser ainda maiores do que as encontradas até agora. O oceano tem zonas que ultrapassam os seis mil metros de profundidade e as tempestades são mais violentas. Foram contratadas empresas privadas. Estarão três navios no local. Para já está o Go Phoenix (da Malásia) e até ao fim do mês chegarão mais dois holandeses da Furgo. Equipados com sondas (idêntica às utilizadas para encontrar o voo 447 da Air France que se despenhou em 2009), a expectativa é seja nesta nova fase que se encontre o avião ou pelos menos algum vestígio.

Os custos para encontrar o Boeing 777 da Malaysia Airlines podem ser históricos: mais de 200 milhões do dólares (cerca de 159 milhões de euros), ultrapassando os 160 milhões de dólares (127 milhões de euros) que custaram as buscas do voo 447 no oceano Atlântico.

Futuro da Malaysia Airlines

Se por si só o desaparecimento do voo MH370 é uma tragédia, a companhia aérea viveria meses depois nova catástrofe, quando o voo MH17 foi abatido ao sobrevoar território ucraniano controlado pelos rebeldes separatistas e onde estão a decorrer violentos confrontos. Os dois incidentes colocaram em causa o futuro da Malaysia Airlines. Chegou a ser ponderada uma venda, mas, para já, o objetivo parece ser tentar recuperar a confiança das pessoas. Uma das medidas visam preços especiais para voos que envolvam a Europa e a outra será um novo administrador que pela primeira vez na história da companhia será estrangeiro, segundo o The Strait Times.

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