Amnistia Internacional denuncia execuções sumárias de soldados no leste da Ucrânia
Desde fevereiro deste ano que está em vigor um cessar-fogo no leste da Ucrânia.
A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje alegadas execuções sumárias de soldados ucranianos por parte de grupos pró-russos no leste do país, pedindo uma ação "urgente" para responder à crise humana.
"A nova evidência destas mortes sumárias confirma o que suspeitávamos há algum tempo. A questão agora é: 'O que é que os líderes separatistas farão a esse respeito'", disse o subdiretor da AI para a Europa e Ásia Central, Denis Krivosheev.
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, há provas de que quatro soldados morreram após serem capturados.
"As torturas e a morte de soldados capturados, entregues ou feridos são crimes de guerra. Estas denúncias devem ser imediatamente investigadas, a fundo e de forma imparcial, e os seus responsáveis alvo de julgamentos justos por parte das autoridades reconhecidas", sublinhou Denis Krivosheev.
A AI afirma existirem imagens que mostram o soldado ucraniano Ihor Branovytsky, que defendia o aeroporto de Donetsk, na altura em que foi capturado e interrogado, retido até à sua morte, a qual foi provocada, segundo testemunhas, por um disparo de um comandante separatista.
A organização também diz ter visualizado vídeos que mostram os corpos de pelo menos outros três militares das forças armadas ucranianas que, aparentemente, foram executados.
"As execuções sumárias são pura e simplesmente crimes de guerra. Os líderes da autoproclamada 'República Popular de Donetsk' no leste da Ucrânia devem enviar aos seus membros a clara mensagem de que os que lutam a seu lado e em seu nome devem respeitar as leis da guerra", frisou Krivosheev.
Desde fevereiro deste ano que está em vigor um cessar-fogo no leste da Ucrânia.
A AI apresentou estas denúncias num comunicado, depois de um comandante separatistas ter dito ao jornal ucraniano Kyiv Post, na passada segunda-feira, que matou 15 soldados das forças armadas ucranianos.