Obama diz que Cabo Verde é uma "história de sucesso"
O Presidente dos Estados Unidos elogiou o desempenho de Cabo Verde que, em poucas décadas, evoluiu de um rendimento anual per capita de 200 para 4.000 dólares, considerando que o arquipélago "é uma verdadeira história de sucesso".
O elogio, noticiado hoje na edição "online" do jornal cabo-verdiano A Semana, foi feito quinta-feira na reunião de Barack Obama com quatro líderes africanos, que incluiu o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, bem como os presidentes do Malaui, Joyce Banda, do Senegal, Macky Sall, e de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma.
No encontro, que decorreu na Casa Branca, o Presidente norte-americano destacou ainda a "boa gestão" governativa de Cabo Verde, que permitiu colocar o país a meio da tabela de desenvolvimento.
Para justificar a reunião com os quatro líderes africanos, Obama salientou que os Estados Unidos têm "fortes parcerias" baseadas "em valores democráticos comuns e interesses partilhados".
Para Obama, todos eles têm empreendido "esforços significativos" para fortalecer as instituições democráticas, proteger e expandir os direitos humanos e as liberdades civis e aumentar as oportunidades económicas dos seus povos.
As discussões centraram-se na forma de continuar a construir democracias fortes e com transparência, embora os Estados Unidos reconheçam que ainda há muito trabalho a ser feito.
É nesse sentido que, disse Obama, os Estados Unidos se constituem como parceiro para ajudar nas várias ameaças à região, como terrorismo, tráfico de drogas e armas.
"Agora, muitas das ameaças são transnacionais. O terrorismo está a infiltrar-se na região. Temos visto que os cartéis de droga estão a usar a África Ocidental como um ponto de trânsito", alertou Obama.
"Tudo isto enfraquece alguns dos progressos que têm sido feitos. É por isso que vamos continuar a cooperar com esses países para encontrar soluções inteligentes para desenvolver capacidade adicional e ter a certeza de que esses problemas não crescem na sua região", afirmou.
Na quinta-feira, em declarações à agência Lusa em Washington, José Maria Neves considerou o encontro "importante" para a relação entre os Estados Unidos e o continente africano e disse ter apresentado Cabo Verde a Obama como um país que "fez a transformação de um Estado improvável para um possível".
José Maria Neves ressalvou a "necessidade de criar boas parcerias comerciais" e relatou que Obama se "mostrou muito aberto e recetivo para mobilizar recursos e investimento", sobretudo para "programas de energia e mobilização de recursos de água, na área dos agros negócios."
Nas declarações à Lusa, o primeiro-ministro cabo-verdiano, à semelhança dos presidentes do Malaui, Senegal e Serra Leoa, convidou Obama a visitar oficialmente Cabo Verde, para "satisfazer a necessidade de uma presença mais forte norte-americana no continente africano".