Anselmo BorgesO sentido da vida. 4. A morte e a esperança 1 A morte é o choque mortal com o sentido. Ela é a barreira inultrapassável, definitiva. Significativamente, os antropólogos são unânimes em reconhecer na sepultura, portanto, na consciência da morte e na procura de transcendê-la, o sinal decisivo, indesmentível, de que, na história gigantesca da evolução, estamos em presença do ser humano, de alguém, da pessoa. Essa consciência é sempre acompanhada da religião e, de um modo ou outro, da filosofia, como reconhece a história, de Platão - a filosofia é "o exercício de morrer e estar morto" - a Schopenhauer, que via na morte a "musa da filosofia", ou Martin Heidegger.