Política
31 janeiro 2022 às 02h42

Ventura quer liderar oposição e comemora com champanhe

Ao passar de partido com um representante para um grupo parlamentar com uma dúzia de eleitos, a formação de extrema-direita já se vê como líder da oposição.

Antes de entrar aos pulos e abraços na sala do hotel em Lisboa onde o seu partido se reuniu para seguir os resultados das eleições, André Ventura, de dedo em riste, prometia: "Agora vai haver oposição de verdade."

No momento em que o líder do partido de extrema-direita falava, o Chega tinha 11 mandatos assegurados, mas sem a certeza de que o PS alcançaria a maioria absoluta, o que não o impediu de lamentar a vitória socialista e de criticar os partidos de direita. "Portugal merecia mais nesta noite, mas a direita não soube estar à altura das responsabilidades. Passou o tempo a dizer que não fazia acordos com o Chega e agora estão fora", disse Ventura.

Aproveitando a derrota do PSD e do CDS, ignorou a Iniciativa Liberal e, como terceira força mais votada, arvorou-se em líder da oposição: "António Costa, eu vou atrás de ti agora." Isto porque, diz, "há empresas a falir, há portugueses sem esperança, polícias tratados como bandidos".

E continuou: "Se o PSD não fez o seu trabalho, agora seremos a oposição. Tudo será diferente no parlamento, não será a oposição fofinha. Não será um deputado em 230, será um grupo parlamentar fortíssimo. Assumimos o papel de fazer a verdadeira oposição, o papel que a história nos confiou, devolver a dignidade ao país."

Exultante, Ventura comemorou os resultados com champanhe depois de ter afirmado que o seu partido foi alvo de uma campanha negativa. Agradeceu aos eleitores que, apesar de "mentiras e ataques, saíram de casa para votar" e que através do voto transmitiram "uma mensagem direta: "queremos o Chega como solução de qualquer governo de direita em Portugal"". Para já sextuplicou os votos e promete fazer a "liderança da oposição de direita".