A nova Shaparova. Tem sangue russo e um contrato de 100 milhões

Amanda Anisimova tem 18 anos e um futuro promissor. Com parecenças físicas com a ex-número 1 mundial, que abandonou o ténis em fevereiro, já é representada pelo agente que fez a ex-tenista russa um ícone mundial.

O estigma do doping obrigou Maria Sharapova a abandonar a carreira em fevereiro. Foi número 1 mundial e a mais bem paga do ténis durante uma década. Agora, apenas quatro meses depois da musa russa ter dito adeus, Max Eisenbud, o homem que fez dela um ícone global de marketing desportivo, acredita ter encontrado "a nova Sharapova". Também tem sangue russo, mas já nasceu nos EUA, tem 18 anos, também é alta, loira e vistosa, uma esquerda a duas mãos que impressiona e dá pelo nome de Amanda Anisimova.

"Obviamente, existem semelhanças, é difícil não ver isso", disse Eisenbud, que já assegurou a representação de Amanda, reforçando as semelhanças: "Ambas são muito atraentes, ambas têm raízes russas, todo esse tipo de coisa. Existem semelhanças que sempre estarão lá, embora tenham personalidades muito diferentes. Amanda tem uma energia boa, carisma, é muito forte mentalmente, muito motivada e muito profissional e tem uma personalidade muito atraente para muitas marcas. Acho que ela será uma grande vencedora e as marcas querem ser associadas ao sucesso."

As comparações com Maria Sharapova foram-se tornando inevitáveis à medida de Amanda crescia como tenista e como mulher, mas ela não foge delas e até confessa a admiração pela ex-n.º1 mundial. "Eu gosto de Maria desde a infância. Ela é um ótimo exemplo a seguir. Eu sempre gostei de assistir às partidas e às entrevistas dela. Ela também é uma boa pessoa. Eu adoro-a", confessou a jovem tenista numa das muitas entrevistas onde assumiu ser fã da ex-tenista, que nasceu na Rússia, mas se mudou para os EUA aos oito anos de idade.

Tal como a russa, Anisimova também faz sucesso nas redes sociais. O rumor de um romance com Nick Kyrgios tem ajudado. Desde que foram vistos juntos no ano passado, que as redes sociais ficaram em extase com o novo casal do ténis. Eles fartam-se de trocar mensagens no Instagram e partilhar fotos e mensagens um do outro, mas dizem que são só amigos. Rumores e incertezas que vão alimentando a marca de "nova Sharapova".

Mas quem é Amanda Anisimova?

Nascida em Freehold, Nova Jersey, nos EUA, a 31 de agosto de 2001 é uma das millenials que encanta o ténis atual. Filha de pais russos (Olga Anisimova e Konstantin Anisimov), que saíram da Rússia em 1998 para procurar um futuro melhor e se radicaram em Miami (EUA), Amanda pegou numa raquete pela primeira vez quando tinha dois anos, por influência da irmã mais velha (Maria). Ia assistir ao jogos da irmã e ficava do lado de fora do court a imitá-la com uma raquete de plástico para crianças. Entusiasmada com "o jeito dela" a mãe decidiu treiná-la. Aos sete anos o pai assumiu o comando e com a ajuda do conceituado Nick Saviano iniciou um caminho rumo ao sucesso. Para se concentrar apenas no ténis, passou a ter aulas online numa academia privada.

Apontada desde cedo como uma das grandes promessas da nova geração, desde que se tornou profissional, Amanda provou ser uma força da natureza à espera de ser reconhecida. Depois de brilhar nos campeonatos juniores americanos com uma esquerda a duas mãos poderosíssima, apresentou-se em Indian Wells com 16 anos e bateu a então top10 Kvitova. Depois estreou-se no US Open de 2016 e chegou à segunda ronda.

Os dois brilharetes nos dois maiores torneios americanos foram o passaporte para os majors internacionais. Foi já no top 100 mundial e depois de vencer o US Open júnior 2017 (bateu Coco Gauff) que surpreendeu ao chegar aos oitavos de final do Australian Open (bateu Sabalenka, então n.º11 mundial) de 2019. O melhor viria logo depois, com a conquista do seu primeiro título WTA, na Colômbia. Anisimova passou então a ser a tenista americana mais jovem desde Serena Williams - que levou o troféu em Indian Wells também aos 17 anos em 1999 - a vencer um torneio do circuito principal.

O ano passado confirmou que Amanda é mais de que uma cara bonita no ténis. A tenista apresentou-se em Roland Garros disposta a brilhar. Então com apenas 17 anos, a tenista destronou a campeã em título e ex-número um mundial, Simona Halep, tornando-se na primeira jogadora nascido nos anos 2000 a chegar à semifinal do mais importante torneiro de ténis do mundo. Acabou por ser batida por Ashleigh Barty, da Austrália, nas meias finais, mas chamou a atenção das pessoas e das marcas.

Meses depois o seu empresário assinou um contrato chorudo com na Nike. A imprensa norte-americana falou de um acordo de 100 milhões de dólares (cerca de 98 milhões de euros), mas o empresário não confirmou o valor e disse apenas que era "provavelmente um dos maiores negócios de roupas do mercado". As marcas começaram a ver nela o potencial da nova Maria Sharapova. A gigante de bebidas energéticas, Gatorade, a tecnológica norte-americana na área da terapia, Therabody também se associaram à jovem estrela do ténis, que nunca toma decisões importantes sem consultar a irmã mais velha, Maria Egee, uma ex-tenista que se tornou uma bem-sucedida na bolsa de Wall Street.

A ascensão meteórica de Anisimova no ranking - atual 24.ª - foi interrompida por uma tragédia em agosto do ano passado, quando se retirou do US Open após a morte súbita do pai e treinador. Ainda faz o luto com a ajuda do ténis. "Demorou um pouco até eu desfrutar do jogo novamente", confessou Anisimova, que ficou quase meio ano fora dos courts e só jogou novamente até janeiro. "Estou a voltar por mim e também pelo meu pai", disse na altura.

Ainda participou em quatro torneios antes da pandemia paralisar o ténis mundial em março, mas já prepara a participação num evento de caridade em Charleston, Carolina do Sul, no final deste mês e com um objetivo em mente: "Eu realmente acho que posso ganhar um Grand Slam em 2020."

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