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28 agosto 2018 às 06h16

Nasci antes de 1970 e não sei se tive sarampo. O que devo fazer?

Doze perguntas e 12 respostas sobre o sarampo, dadas a partir de indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Graça Henriques

O que é o sarampo?

É uma infeção provocada por um vírus, sendo das mais contagiosas. Transmite-se pessoa a pessoa, por via aérea, através de gotículas ou aerossóis, por exemplo, tosse ou espirros. Habitualmente a doença é benigna mas, em alguns casos, pode ser grave ou levar à morte, alerta a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Como se pode prevenir?

As autoridades nacionais e mundiais de saúde dizem que a vacinação é a principal medida de prevenção. Em Portugal é gratuita. As pessoas não vacinadas e que nunca tiveram sarampo têm uma elevada probabilidade de contrair a doença se forem expostas ao vírus.

O que fazer se tiver sintomas?

Se tiver sintomas ou no caso de ter contactado com alguém infetado, a DGS recomenda que não se desloque imediatamente às urgências, devendo contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24), que o reencaminhará, ou consulte o médico assistente.

Quais são os sintomas?

De início febre e mal-estar, seguido de corrimento nasal, conjuntivite e tosse. Em alguns casos podem surgir uns pontos brancos no interior da bochecha, cerca de um a dois dias antes do aparecimento da erupção cutânea (manchas que se iniciam na face e que depois se espalham para o tronco e para os membros), febre alta e prostração.

Qual o período de contágio?

O contágio pode ocorrer desde quatro dias antes e até quatro dias após o início da erupção cutânea. O período de contágio pode ser mais prolongado nos doentes imunocomprometidos.

Qual o tratamento?

A maioria das pessoas recuperam com tratamento sintomático. Os antibióticos não são eficazes contra o vírus do sarampo, mas são prescritos pelo médico para tratar as complicações, como pneumonia e otite, se ocorrerem.

Nasceu antes de 1970 e não sabe se teve sarampo. O que deve fazer?

Não é necessária a vacinação dos nascidos antes de 1970, exceto se houver exposição a casos de sarampo ou se for viajar para países onde existam casos, diz a DGS. Neste caso deve ser administrada uma dose de vacina VASPR. Já os profissionais de saúde sem história credível de sarampo deverão ter de fazer doses de vacina contra o sarampo (VAS/VASPR), independentemente do ano de nascimento. As pessoas nascidas depois de 1970, ou com idade igual ou superior a 18 anos, sem história credível de sarampo, devem ter, pelo menos, uma dose da vacina (VAS/VASPR), administrada aos 12 meses ou depois. Todas as pessoas com menos de 18 anos deverão ter as duas doses da vacina contra o sarampo (VASPR).

As crianças devem ser vacinadas antes da idade recomendada?

De acordo com a DGS, não há indicação para alteração do esquema vacinal recomendado para a vacina VASPR aos 12 meses (primeira dose) e aos 5 anos (segunda dose), na atual situação. Em situação de contacto com casos de sarampo ou de viagem para áreas onde existam casos, está recomendada a administração de uma dose da vacina entre os 6 e os 12 meses ou a antecipação da segunda dose, após avaliação clínica. A dose de vacina administrada antes dos 12 meses é considerada "dose zero" (pode não ter a eficácia desejada), pelo que se recomenda que seja administrada uma dose aos 12 meses (VASPR1) e outra aos 5 anos (VASPR2).

O que fazer se tiver uma vacina em atraso?

As autoridades aconselham a que se desloque ao centro de saúde para ser vacinado, mesmo que já tenha ultrapassado a idade ou data recomendadas.

Não sabe do boletim de vacinas, nem se teve a doença ou foi vacinado. O que fazer?

Nestas situações, a DGS aconselha a que recorra ao centro de saúde. Se não for possível confirmar o seu estado vacinal, ser-lhe-ão administradas as vacinas de acordo com a idade. Isto sem contraindicação ou aumento dos efeitos adversos, mesmo se já tiver sido vacinado ou tido a doença.

Em Portugal pode ocorrer uma grande epidemia de sarampo?

Não há razões para temer uma grande epidemia de sarampo, uma vez que a larga maioria das pessoas está protegida - a maioria dos nascidos antes de 1970 está protegida por ter tido a doença e a maioria dos nascidos depois de 1970 foi vacinada, garante a DGS. No entanto, durante um surto, algumas pessoas vacinadas poderão contrair a doença, por diminuição da proteção dada pela vacina ao longo do tempo. No entanto, a DGS refere que o sarampo em pessoas já vacinadas é mais ligeiro e a probabilidade de haver complicações clínicas é muito menor.