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No balanço destes 45 anos desde o 25 de Abril é inquestionável reconhecer como positivo a conquista e manutenção das liberdades que a Constituição de 1976 consagrou e os progressos sociais conseguidos na saúde, na educação, na segurança social, na atenuação das desigualdades. Tivemos estabilidade política e os governos fizeram as reformas que permitiram alcançar bons resultados nessas áreas fundamentais para o bem-estar dos portugueses. Mas falhámos na economia, não produzimos o bastante para garantir os níveis do investimento e da despesa necessários à manutenção e ao progresso do Estado social a que aspiramos. Por isso nos endividámos em excesso, o Estado, as empresas e as famílias. É esse o nosso calcanhar de Aquiles.
Uma das causas dessa incapacidade de criar riqueza radica no processo nada democrático que se seguiu ao dia 25 de abril de 1974.