Na praça onde "mais ou menos se concentram as coisas", a Praça Conselheiro Fernando de Sousa (engenheiro civil, militar, jornalista, escritor e político que, em 1900, se demitiu do Exército depois de recusar bater-se em duelo com Silva Graça, diretor do jornal O Século), o edifício da Torre do Relógio, que já foi Paços do Concelho, está em obras. Os tapumes esbranquiçados não permitem ver o "monumento" e a "imponente" torre construídos no século XVI e que tem pela frente, do outro lado da praça, a Igreja de Nossa Senhora da Graça. No centro "do largo" está uma exposição de "rendas circulares, trabalho do pessoal mais velho que fazendo isto está ocupado e não fica isolado". Quase encostada à "torre", do lado esquerdo, fica a Pastelaria da Praça. É aqui que esperamos por Paula Chuço, a mulher que retirou o poder a "45 anos do PCP". Ligeiramente mais abaixo, uns poucos metros, também à esquerda, fica o Café Moralinda. Do lado direito, a Farmácia Falcão e uma delegação do Crédito Agrícola. Atrás da nossa mesa, de óculos escuros, sentado, está "Tó Quim" que dali a minutos descobriríamos ser o vereador dos Recursos Humanos, Ação Social, Educação, Turismo, Desporto, Juventude, Cultura e "também da inovação, das coisas de informática". A praça está praticamente vazia: três mesas ocupadas na pastelaria, outra no Moralinda. Em meia hora passaram dois carros. O maior movimento aconteceria minutos mais tarde quando três motards, trajados de preto, pararam as motos, olharam em redor e segundos depois partiram. "É por causa da Nacional 2, já há gente que vem por aqui por causa disso", dir-me-ia Paula Chuço, que estava prestes a chegar e que tinha um plano para a "visita": terminar no "marco amarelo".