Exclusivo Tudo o que a troika não fez por nós
A crítica ao "programa de ajustamento" acordado com a troika em 2011 e implementado com convicção pelo governo português até 2014 já há muito deixou de ser monopólio das mentes mais heterodoxas. Em diferentes ocasiões, as próprias instituições em causa - FMI, Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia - assumiram de forma mais ou menos explícita alguns dos erros cometidos e as consequências que deles resultaram para a economia e a sociedade portuguesas. O relatório agora publicado pela Organização Internacional do Trabalho ("Trabalho Digno em Portugal 2008-2018: da Crise à Recuperação") veio questionar os mitos que ainda restam sobre a bondade do que se fez neste país num dos períodos mais negros da sua história democrática.
O Memorando de Entendimento acordado em 2011 era composto por três pilares: o primeiro visava a sustentabilidade das finanças públicas; o segundo, o reforço da competitividade da economia portuguesa; e o terceiro, a estabilidade do sistema financeiro nacional.