Exclusivo Temer é preso 348 dias depois de Lula
Ex-presidente, detido em São Paulo, é acusado de receber subornos pela construção de uma central nuclear, no Rio de Janeiro. "É líder de uma organização criminosa com mais de 40 anos", diz juiz.

Temer deixou o cargo em janeiro.
© EPA/Joedson Alves
Michel Temer foi preso ontem ao fim da manhã, no âmbito da Operação Lava-Jato, numa rua do bairro de Pinheiros na cidade de São Paulo, onde reside, por agentes que seguiram a viatura em que se dirigia. Momentos depois foi conduzido até ao aeroporto de Guarulhos, de onde seguiu num avião da polícia federal para o Rio de Janeiro. É o segundo presidente do Brasil detido em menos de um ano - 348 dias de intervalo -, depois de Lula da Silva, a 7 de abril do ano passado.
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Desde a redemocratização, em 1985, só Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso não foram alvo de inquérito ou denúncias. José Sarney, duas vezes, e Collor de Mello foram denunciados na Lava-Jato. Dilma Rousseff também é alvo de um pedido nesse sentido, ainda não aceite, da Procuradoria-Geral da República. No passado, os presidentes Hermes da Fonseca, Artur Bernardes, Juscelino Kubitschek e Washington Luís, este no exercício do mandato, também acabaram presos mas por motivações marcadamente políticas e não crimes comuns.