Andreia pousa a bandeja de metal sobre a mesa de plástico amarelo, agora recheada de bebidas frescas, como agosto pede: "Vamos lá ver se não me esqueci de nada". A empregada da padaria/pastelaria de Espite desfia um rol de copos de Martini com cerveja, imperiais, sumos de laranja e colas para um comboio de quatro mesas que acabou de se formar. Um clássico na ampla esplanada, que por estes dias não tem mãos a medir. Por agora ainda sobram duas mesas, não tarda nem cadeiras haverá vagas. Por aqui todos combinam jantar no festival das sopas, que o Clube Desportivo volta a organizar este ano, dois anos depois de a pandemia ter interrompido essa e outras festas. Como a maior de todas, denominada de "festa grande", que se realiza de 19 a 22, em honra do Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora do Rosário, e para a qual já estão os arcos montados, mesmo que ainda falte algum tempo. "Agora temos festas todos os dias", já avisara a presidente da junta, Dulce Mateus, quando o DN lhe anunciou uma visita à aldeia. Estamos numa das freguesias do concelho de Ourém mais marcadas pela emigração, há mais tempo. E por isso o contraste é tão notório. "Se tivéssemos apenas uma pequena parte desta gente, no resto do ano, aqui a morar... éramos uns sortudos", conclui Daniel Graça, 28 anos, um dos residentes - mesmo que o casamento o tenha levado para uma aldeia ao lado, não o afastando contudo da vida do Clube Desportivo de Espite.