Como já é hábito no Dia de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa puxou pelos galões do país e pela auto estima dos portugueses. "Somos dez milhões cá dentro, mas valemos muito mais", referiu o Presidente da República, lembrando que a língua portuguesa é a quinta mais falada no mundo, a "segunda mais usada no digital", lembrando a eleição e reeleição de António Guterres como secretário-geral da ONU "por aclamação de quase 200 Estados" e as forças portuguesas destacadas no estrangeiro. "Temos um peso no mundo muito maior do que faria supor o território do país", prosseguiu o Presidente da República, para depois deixar uma pergunta: "De que nos serve isto se entre portas sempre tivemos e temos problemas para resolver, mais pobreza que riqueza, mais desigualdade que igualdade, mais razões para partir do que para ficar?". "Sejamos honestos, assim tem sido e continua a ser século após século", sublinhou o chefe de Estado. E não deixou de o ser nem mesmo nos "tempos mais ricos" do império colonial, do "delírio" do ouro e da pimenta, até aos tempos mais recentes do Estado Novo, em que "as finanças estavam certas, mas a liberdade, saúde, educação e segurança social ou não existiam ou eram para um punhado de privilegiados". "Tudo isto foi e ainda é verdade", afirmou.