05 AGO 2021
05 agosto 2021 às 05h00

Dez "crimes" que cometemos na cozinha

Morrem por ano mais de 420 mil pessoas em todo o mundo devido ao consumo de alimentos contaminados. Na Europa, ainda que este continente tenha os números mais baixos, são afetadas 23 milhões de pessoas, das quais acabam por morrer cerca de 5 mil. O combate às intoxicações começa na nossa própria cozinha

Helena C. Peralta

A temperatura de segurança do frigorífico deve situar-se entre o 1 e os 4 graus, para atrasar a multiplicação de bactérias. Deve ter sempre um termómetro neste eletrodoméstico para se certificar que a temperatura não subiu. Quando o frigorífico está muito cheio, ou acondiciona alimentos ainda quentes, a temperatura interior sobe.

O consumidor não pode confiar no sabor, cor ou cheiro para identificar a contaminação por bactérias de um alimento. As datas de validade devem ser respeitadas, porque são uma garantia de qualidade, desde que cumpridas as regras de conservação.

Na cozinha, os alimentos que comemos crus, como frutas e saladas, e as carnes cruas devem estar separadas, quer no frigorífico quer no manuseamento na bancada e lava-loiças. O ideal é ter uma tábua de corte para a carne, outra para peixe, outra para legumes e uma outra ainda para pão. Utensílios, como facas, devem ser bem lavados depois de usados na carne ou peixe.

Este é um dos erros mais comuns: tirar carne ou peixe do congelador e deixar a descongelar fora do frigorífico. À temperatura ambiente, as bactérias que estavam adormecidas, acordam e começam a multiplicar-se rapidamente.

Todos os alimentos que compramos em lata devem ser transferidos para embalagens de vidro se não forem consumidos imediatamente e colocados no frigorífico, para assim evitar a oxidação do alimento.

Ao não separar os alimentos crus dos cozinhados pode estar a promover a contaminação por bactérias. As carnes cruas, por exemplo, podem pingar sangue para os alimentos já cozinhados e provocar doenças alimentares.

É perigoso não cozinhar bem alimentos como hambúrgueres ou salsichas pois são processados e as bactérias podem encontrar-se no seu interior. Deverá utilizar um termómetro de alimentos para perceber se o interior do alimento está a atingir os 70 graus.

Ao lavar a carne de aves estamos a espalhar as bactérias que estas possam ter. Ainda que o frango seja cozinhado, poderá haver contaminação cruzada, por exemplo, de saladas, através da bancada, ou utensílios, que são ingeridas sem cozinhar.

A higiene das mãos é fundamental de deverá ser um ritual habitual na cozinha, e deverá ser feita com sabão, durante 30 segundos, ou mesmo desinfetadas.

Quanto mais se reaquecer e arrefecer os alimentos, maior a probabilidade de as bactérias se multiplicarem. Os reaquecimentos também deverão atingir temperaturas acima dos 70 graus, para matar microrganismos caso existam.