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02 outubro 2018 às 06h19

595 dias depois, Benfica procura vitórias e pontos na Liga dos Campeões

Águias saíram derrotadas em todos os últimos oito jogos que disputaram na Champions. Última vitória remonta a 14 de fevereiro do ano passado. Atenas poderá ser ponto de viragem.

David Pereira

14 de fevereiro de 2017. Dia dos Namorados e dia em que o Benfica obteve a última vitória (ou empate) na fase final da Liga dos Campeões, ao bater em casa o Borussia Dortmund por 1-0, na primeira mão dos oitavos-de-final já no reinado de Rui Vitória, com golo do grego Kostas Mitroglou. Daí para cá, as águias viraram costas aos triunfos e até aos pontos na Champions, iniciando uma relação complicada, de oito derrotas em outros tantos jogos, com a competição.

Excluindo a fase preliminar, os encarnados não somam na liga milionária outro resultado que não o desaire há 595 dias, num trajeto negativo - o pior de sempre do clube nas provas europeias - que começou em Dortmund (0-4), na segunda mão dessa eliminatória, percorreu as seis jornadas da fase de grupos da época passada frente a CSKA Moscovo (1-2 e 0-2), Basileia (0-5 e 0-2) e Manchester United (0-1 e 0-2) e já alastrou por esta temporada com a derrota caseira ante o Bayern Munique (0-2).

O final dessa viagem acidentada poderá ser já nesta terça-feira, caso os vice-campeões nacionais consigam pontuar em Atenas, diante do AEK, inspirados pela nacionalidade do autor do golo que deu a última vitória e na goleada obtida há pouco mais de um mês em Salónica frente ao PAOK (4-1), na segunda mão do playoff de acesso à fase de grupos.

Em relação aos que jogaram na vitória de há mais de um ano e meio sobre o Borussia Dortmund, Fejsa, Pizzi, Salvio, Rafa e Cervi são os resistentes nos convocados do Benfica para a viagem à capital helénica, onde o Benfica vai procurar fazer jus ao slogan "Reconquista", voltar a vencer fora na Champions quase dois anos depois - vitória em Kiev sobre o Dínamo local a 19 de outubro de 2016 (2-0) -, dar sequência a um histórico positivo diante de gregos e reverter o registo negativo na Grécia.

Em termos globais, o clube da Luz soma nove vitórias, dois empates e seis derrotas (24-19 em golos) nos 17 embates oficiais com gregos, mas leva quatro vitórias e cinco derrotas (10-13) nas nove partidas disputadas no país onde a comitiva encarnada aterrou no domingo.

Curiosamente, as últimas deslocações à Grécia resultaram em vitórias, ambas diante do PAOK (1-0 nos 16-avos-de-final da Liga Europa 2013-14 e 4-1 no playoff deste ano da Champions), assim como a primeira, sobre o Olympiacos (1-0 na primeira ronda da Taça dos Campeões Europeus 1973-74). Pelo meio, apenas um triunfo, na segunda eliminatória da Taça UEFA 1999-00, mais uma vez sobre o PAOK (2-1), e desaires ante Aris (1-3 na primeira ronda da Taça UEFA 1979-80), Olympiacos (0-1 na segunda ronda da Taça dos Campeões Europeus 1983-84, 1-5 na fase de grupos da Liga Europa 2008-09 e 0-1 na fase de grupos da Champions 2013-14) e AEK (0-1 na fase de grupos da Liga Europa 2009-10).

AEK na derrota mais pesada do FC Porto

O AEK não é uma presença regular na Liga dos Campeões nem nas fases mais adiantadas das competições europeias - o melhor que conseguiu foi atingir as meias-finais da Taça UEFA 1976-77 -, mas impôs ao FC Porto a derrota mais pesada dos dragões nas provas internacionais, 1-6 na primeira ronda da Taça dos Campeões Europeus 1978-79, em Atenas - em 2014-15, os portistas saíram goleados pelos mesmos números ante o Bayern, em Munique, nos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

Ainda assim, os atenienses têm um histórico negativo frente a equipas portugueses, com duas vitórias e quatro derrotas. Além da goleada aos azuis e brancos, somaram a já referida vitória sobre o Benfica (1-0) na fase de grupos da Liga Europa 2009-10. Em sentido contrário, sofreram derrotas ante o Sp. Braga (0-1 e 2-3 na primeira ronda da Taça das Taças 1966-67), FC Porto (1-4 em 1978-79) e Benfica (1-2 na Luz na fase de grupos da Liga Europa 2009-10).

Pelo comando técnico do AEK passaram Fernando Santos (2001-02 e 2004 a 2006) e José Morais (2016-17) e pelo plantel onze jogadores portugueses. Além de André Simões (desde 2015-16) e Hélder Lopes (desde 2017-18), que fazem parte do atual elenco, a lista lusa contempla Folha (2001-02), Bruno Alves (2004-05), Manú (2007-08), Geraldo (2007-08 a 2009-10), Edinho (2007-08 e 2008-09), Furtado (2012-13), Yago Fernández (2012-13), Hélder Barbosa (2014-15 a 2016-17) e Hugo Almeida (2016-17 e 2017-18).