Corte na despesa será "o maior de que há memória" em 50 anos
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho refutou hoje em Berlim a ideia de que o Governo está sobretudo a aumentar a receita em vez de cortar na despesa, afirmando que 2012 assistirá à maior redução dos últimos 50 anos.
Questionado, no final de um encontro com a chanceler alemã Angela Merkel, sobre as críticas dos partidos da oposição ao documento de estratégia orçamental até 2015 apresentado na véspera pelo Governo em Lisboa, pela ausência dos "famosos cortes", Passos disse que os resultados estarão à vista já no próximo ano.
"Quanto à questão dos cortes, queria responder apenas o seguinte: o documento de estratégia orçamental que foi ontem (quarta-feira) apresentado prevê um nível global de despesa em 2012 que se situará muito próximo daquele que foi o bolo da despesa publica em 2007 antes da crise, e isso significa a maior redução de despesa publica de que há memória em Portugal nos últimos 50 anos", destacou.
O primeiro-ministro apontou que "evidentemente que isso significa que o próximo Orçamento de Estado irá implementar muitas dessas medidas".
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"Aquilo que talvez gostássemos é que ao cabo de dois meses todo esse trabalho já estivesse realizado. Mas não esperaremos dois anos para o fazer", disse, sob o olhar atento de Angela Merkel, acrescentando que o trabalho de consolidação orçamental estará realizado "em grande medida" até ao final de 2012.