Cavaco defende um novo rumo para a competitividade

O Presidente da República sublinhou que nunca ouviu o Governo  falar da flexibilização  dos despedimentos.

O Presidente da República recusou ontem pronunciar-se sobre uma reforma laboral por ser algo ainda fora "da agenda política", mas defendeu que o essencial é "encontrar um rumo que valorize o aumento da produtividade" e "a competitividade da economia".

Questionado sobre a necessidade de mudar a legislação num quadro de elevada taxa de desemprego, Cavaco Silva, que falava aos jornalistas no final da inauguração da sua sede de campanha em Santarém, defendeu que se deve "privilegiar os investimentos que empregam muitas pessoas mas que não têm grandes importações a fazer do estrangeiro, apostar na inovação, na penetração em novos mercados".

Para Cavaco, "isto é que é fundamental, tendo ao lado, como é óbvio, a resposta às situações de emergência que se verificam no nosso país, há muito tempo que digo qual é o caminho que Portugal deve seguir e sou consistente com aquilo que considero que é decisivo para criar emprego e para conseguir conter o crescimento da nossa dívida externa". Questionado sobre se defende a flexibilização dos despedimentos, respondeu: "Nunca me ouviu falar nisso."

PSD é o único partido da oposição que manteve, até ao momento, um prudente silêncio sobre a intenção do Governo em alterar o Código do Trabalho. Até porque os sociais-democratas foram muito criticados, sobretudo pelo Executivo, por terem defendido no seu projecto de revisão constitucional a substituição do "despedimento por justa" pela "razão atendível". O que abria a porta à flexibilização dos despedimentos. De resto, toda a oposição desatou aos "tiros" ao Governo. E em particular o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, que afirmou, na terça-feira, que o facto de o primeiro-ministro ter admitido rever a legislação laboral, "é uma declaração de guerra" aos trabalhadores.

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