Ferro Rodrigues pede a Cavaco que antecipe legislativas
O antigo líder do PS Eduardo Ferro Rodrigues defendeu hoje que o Presidente da República deve antecipar as eleições legislativas para evitar o "empastelamento político" de um Governo que mostrou, no domingo, ter perdido prestígio junto dos portugueses.
"A derrota dos partidos do Governo e portanto das políticas de austeridade que tem conduzido foi de tal maneira impressionante que o prolongamento de uma situação de empastelamento político de um ano e meio com um Governo que não tem o menor prestígio junto da sociedade portuguesa seria muito mau para Portugal", afirmou em declarações à Lusa.
Por isso, defendeu, "o Presidente da República deve agir em consonância com esta situação" e convocar eleições legislativas o mais rapidamente possível.
"Não havendo possibilidade de o Governo fazer uma mudança de 180 graus das suas políticas - porque estas políticas não têm apenas que ver com a presença da 'troika', têm a ver com a estratégia e ideologia do PSD e CDS - a única solução possível é existirem, o mais cedo possível, condições para os portugueses serem chamados a votar", sustentou ferro Rodrigues.
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Segundo o antigo dirigente socialista, se os portugueses foram chamados agora para eleger um novo Governo, "votarão, de certeza, muitos mais dos que os que votaram ontem [domingo]".
Pelo contrário, "se se mantiver o calendário atual, com eleições legislativas em setembro de 2015 e eleições presidenciais em janeiro ou fevereiro de 2016, vamos ter uma situação muito grave para encontrar uma solução governativa para o país".
O PS foi o partido com mais mandatos nas eleições europeias de domingo depois de apurados os resultados em todas as 3.092 freguesias de Portugal e em 54 dos 71 consulados, segundo dados da Direção Geral de Administração Interna (DGAI).
Os resultados indicam sete deputados (31,45%) para o PS, seis (27,71%) para a Aliança Portugal (PSD/CDS-PP), dois (12,68%) para a CDU (PCP-PEV), um (7,15%) para o Partido da Terra (MPT) e outro (4,56%) para a Bloco de Esquerda, faltando atribuir quatro dos 21 mandatos de Portugal no Parlamento Europeu, que dependem dos resultados no estrangeiro.