Jerónimo pede mais um esforço a "100 metros da meta"
Secretário-geral do PCP junta-se a João Ferreira na muito concorrida arruada no Porto. Caravanas da CDU e do PS estiveram separadas por uma esquina. Líder comunista abre a porta a moção de censura ao Governo.
Jerónimo de Sousa desfilou esta quinta-feira na Rua de Santa Catarina, no Porto, onde reiterou o bom ambiente e a confiança que se respira nas hostes da CDU, mas apelou a um último sacrifício por parte dos apoiantes da coligação PCP/PEV tendo em vista as eleições europeias de domingo.
"Isso era como que fazer uma maratona e, agora a 100 metros, descansar porque estamos a crescer. Não! Estamos aqui, ainda falta dia e meio. Vamos continuar a nossa ação e intervenção, hoje no Norte, amanhã por Lisboa, continuar até ao fim", assegurou o líder comunista na maior ação, até agora, da campanha.
Numa iniciativa que teve início na Praça da Liberdade e que passou pela Rua 31 de Janeiro - na esquina com a Praça da Batalha ouviam-se os bombos do PS, à espera de António José Seguro e Francisco Assis -, os apoiantes da CDU encheram depois o Salão Ático, no Coliseu portuense, para ouvirem as intervenções do eurodeputado João Ferreira e do secretário-geral do PCP.
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"Claro que mais vale boas sondagens do que más sondagens, mas, de qualquer forma, elas significam sempre uma tendência. Aquilo que sentimos confirma os contactos, a nossa campanha, o nosso dinamismo, uma CDU a crescer, a avançar", prosseguiu o líder comunista, aventando que gostaria de falar de um "quinto" ou de um "sexto" mandato em Bruxelas, mas que, no atual quadro político, a possibilidade de eleição de três ou quatro deputados é positiva.
Já a ecologista Manuela Cunha, quarta posicionada na lista ao Parlamento Europeu, questionada sobre se já estava à procura de alojamento em Bruxelas, preferiu "não embandeirar em arco" e esperar pelos resultados porque "nada está garantido, nem dois, nem três nem quatro [mandatos]".
Jerónimo abre a porta a moção de censura
Para o líder comunista, uma "pesada derrota" do PSD e do CDS nas eleições de domingo terá de ser devidamente analisada, mas, segundo frisou aos jornalistas, poderá demonstrar a "falta de apoio social, político e eleitoral" do Governo. Assim, Jerónimo de Sousa admite mesmo avançar com uma moção de censura ao Executivo de Passos Coelho.
"Essa falta de apoio reclama uma censura. Terminadas as eleições, o PCP não exclui usar todos os mecanismos de que dispõe, designadamente esse", sentenciou.