Berardo diz que dívida perdoada é de 200 milhões
Joe Berardo diz que salários dos administradores do BCP são "um assalto de colarinho branco".
Joe Berardo afirma que a administração do BCP terá perdoado dívidas no valor de 200 milhões de euros a 17 companhias offshore, a propósito do caso Somerset, um "veículo" sediado em paraíso fiscal que terá sido utilizado em 1998 pelo então BPA para enfrentar "insuficiências de balanço".
O maior accionista individual do banco - tem 7% do capital - diz que os responsáveis por o banco ter assumido perdas de investimentos em acções feitos por José Goes Ferreira têm de ser responsabilizados. "Estão a usar o banco", acusou Berardo, acrescentando que a CMVM tem de investigar "este tipo de processos".
"Isto anda muito perigoso", refere Berardo a propósito do dossier relacionado com as remunerações dos administradores do banco. O accionista - também peça-chave na luta pelo poder dentro do BCP - refere que pediu informações sobre as remunerações, "mas as respostas que temos do banco é que isso é matéria de sigilo bancário. Tem uma certa graça", diz ao DN, referindo que "já fizemos participações ao Banco de Portugal, CMVM e ao ministro das Finanças". E admite processar o banco.
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Este novo caso envolvendo Goes Ferreira, amigo pessoal de Jardim Gonçalves , irá certamente servir de arma de arremesso na reunião do Conselho Geral de Supervisão do BCP, agendada para terça-feira. Crescem as pressões para a saída de Jardim Gonçalves , mas o banqueiro já deixou claro que tudo dependerá do consenso a que se chegar quanto à composição da equipa de Filipe Pinhal. Jardim deverá insistir na retirada de Francisco Lacerda e António Castro Henrique - aliados do ex-presidente Paulo Teixeira Pinto - da futura administração que deverá ser eleita em Janeiro.
Jardim sai, mas quer garantias e impõe condições