BPN pagava parte do salário de Scolari

Ex-administrador do banco admitiu ter sido pago em dinheiro vivo, livre de impostos. Coelho Martinho garantiu ter negociado o seu salário, directamente com Oliveira Costa, o ex-presidente do banco

O BPN pagava um terço do salário do ex-seleccionador de Futebol Luiz Felipe Scolari, garantiu ontem António Coelho Marinho, ex-administrador do banco. Falando na comissão de inquérito ao BPN, Coelho Marinho referiu que conhecia o presidente da FPF, e que o patrocínio do BPN foi negociado em pacote tendo em vista o Euro 2004. Segundo o ex-administrador do BPN para a área da concessão de crédito o "negócio" com a selecção poderia, de facto, trazer "muito dinheiro para o banco". Coelho Marinho foi o primeiro responsável a admitir na comissão de inquérito ter recebido dinheiro vivo do BPN.

Respondendo à deputada socialista Leonor Coutinho que o questionou se teria recebido uma quantia de cerca de 685 mil euros em numerário, Coelho Marinho explicou que "negociou com Oliveira Costa um salário livre de impostos" o que implicou que tivesse dinheiro a receber de forma informal. Adiantou mesmo que 90% das empresas portuguesas realizam esse tipo de pagamentos a quadros de topo e admitiu que essas verbas de complemento salarial lhe eram directamente entregues por Oliveira Costa, o ex-presidente do BPN actualmente detido.

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