Bugalho, o burro mirandês, muda-se para Serralves
Fundação portuense apoia protecção de raças autóctones de Portugal ligadas à agro-pecuária
Os dois burros mirandeses que, desde sábado, prendiam os olhares de quem passava na Avenida Brasil e no Passeio Alegre, no Porto, deram ontem a última volta. Depois de quatro dias a divulgar a raça asinina de Miranda do Douro pela cidade, a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) concluiu o evento com a entrega de um dos animais à Fundação Serralves, que o vai acolher a partir de agora.
"Dar um cheirinho às pessoas daquilo que poderiam ver na zona rural." É assim que Miguel Nóvoa, membro da AEPGA - associação que pretende proteger e promover o gado asinino -, descreve esta iniciativa, que teve como objectivo dar a conhecer ao "mundo citadino" esta espécie mirandesa, aproveitando para estimular o interesse por aquela região. E, a julgar pelos comentários de quem teve a oportunidade de contactar com os animais, o projecto não poderia ter sido melhor recebido. Paula Brandão, uma das pessoas ontem surpreendidas pela presença dos burros, classificou a iniciativa de "muito proveitosa", porque "na cidade as pessoas estão um bocadinho desfazadas da vida campestre, acima de tudo as crianças". Aliás, todos pareciam concordar com o facto de este tipo de eventos ser "muito importante" para as crianças.
Foi também com a consciência da utilidade deste contacto, "particularmente para os mais novos", que a Fundação Serralves resolveu receber o Bugalho, um dos burros de Miranda. "Insere-se na nossa tradição de proteger raças autóctones do nosso Portugal associadas à agro-pecuária", explica ao DN Vítor Dinis, director do Parque de Serralves.
O burro junta-se agora às vacas e ovelhas que podem ser vistas por quem visita o prado do Parque.